Pouco antes das duas da madrugada
deste domingo (5), aviões israelenses invadiram o espaço aéreo sírio e atiraram
cerca de 12 mísseis a 20
quilômetros do centro de Damasco
05/05/2013
Baby Siqueira Abrão
O ataque de Israel à Síria na sexta-feira à
noite parece ter sido somente o prólogo de um bombardeio de grandes proporções
em Damasco, a capital do país árabe. Pouco antes das duas da madrugada deste
domingo, 5 de maio, aviões israelenses invadiram o espaço aéreo sírio e
atiraram cerca de 12 mísseis perto do monte Qasioun (veja aquihttp://youtu.be/f_j8ID-m1pU e aqui http://youtu.be/e84pVGsP6YU), a menos de 20 quilômetros do
centro de Damasco e onde se localiza o centro de pesquisa científico-militar de
Jamraya.
O ataque, segundo uma fonte dos serviços de
inteligência ocidentais ouvida pela agência de notícias Reuters, teve como alvo
100 mísseis Fateh, supostamente armazenados em Jamraya, que também supostamente
seriam enviados ao Hezbollah, grupo militar da resistência libanesa, vindos do
Irã. Outra fonte afirmou à rede russa RT que o bombardeio também visou atingir
a 104a e a 105a brigadas da Guarda da República Síria.
Abdallah Mawazini, jornalista que vive em
Damasco, declarou que quatro explosões foram ouvidas na capital, “fazendo todas
as casas tremerem”. A poeira se espalhou pela cidade e os moradores acordaram,
“correndo para a rua, em pânico”. Testemunhas afirmaram que o ataque, sem
precedentes, lembrava “um terremoto”. O cheiro forte e a asfixia sentida pelos
habitantes levou alguns especialistas a suspeitar que os mísseis atirados por
Israel conteriam material nuclear.
As primeiras notícias informaram que cerca de
dois mil civis e 300 militares sírios perderam a vida no bombardeio, e que
várias casas foram atingidas. A vista privilegiada do monte Qasioun – de onde
se vê toda Damasco – levou para a região milhares de pessoas e dezenas de
restaurantes, sempre cheios. O local também é carregado de simbolismo
religioso: diz-se que Adão, personagem bíblico considerado o primeiro homem,
viveu numa caverna situada na encosta do monte; que Abrão e Jesus costumavam
rezar ali e que aquele foi o lugar onde Caim matou Abel. Diz-se também que as
preces feitas no Qasioun são sempre atendidas.
Caças abatidos e reação russa
William Parra, jornalista da TeleSur, publicou
no Twitter que o Exército sírio derrubou dois caças israelenses e conseguiu capturar
os pilotos. As TVs de Israel confirmaram que a força aérea do país perdeu
contato com dois aviões.
A reação da Rússia não tardou: segundo a agência
de notícias Interfax, um navio russo deixou o Mar Negro com destino ao porto de
Tartur, na Síria. Na outra ponta do conflito, o primeiro-ministro de Israel,
Benjamin Netanyhau, parte na tarde de domingo para uma visita de cinco dias à
China, outra aliada da Síria. Em pauta, além de assuntos econômicos, a
discussão dos conflitos na região.
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