terça-feira, 28 de maio de 2013

Obama: a vitória já lhe escapou, na Síria


21/5/2013, Jeremy Salt*, Al-Ahram Online, Cairo 

A realidade – que não aparece nos veículos da imprensa-empresa mundial – é que as forças ‘rebeldes’ estão já em colapso e que o regime de Assad impôs-se contra as gangues armadas por estrangeiros que invadiram a Síria. Assad e seu governo estão vencendo a guerra. Assim sendo, o que fará o ocidente? 

Por mais que repita que ‘todas as opções estão sobre a mesa’, Barack Obama já tenta claramente se afastar de qualquer envolvimento mais profundo na Síria, agora que já se vê que só um ataque direto, intervenção com ocupação militar, conseguirá derrubar o governo de Damasco. Só nos últimos meses, as gangues armadas perderam milhares de homens. Embora o conflito ainda se prorrogue por algum tempo, não há dúvida, entre os especialistas, de que o Exército Sírio está já muito próximo de controlar completamente o levante.

Os patrocinadores dessa aventura estão em total confusão. Como, antes, a Coalizão Nacional Síria já implodira, agora também o Conselho Nacional Sírio já implodiu. Muaz Al-Khatib já é voz apenas marginal. Ghassan Hittu é o único ser no planeta a ostentar o título de primeiro-ministro de um comitê. Toda essa gente é causa completamente perdida.

No mundo real, não no mundo dos delírios, há um vídeo de horror em que se vê um comandante ‘rebelde’ que corta o peito e come, ou pelo menos morde, o coração de um soldado morto. Discute-se se seria um pulmão, talvez o fígado. Os jornais parecem inseguros; dão a impressão de que seria importantíssimo identificar com precisão o exato órgão mastigado. Longe de tentar negar a autoria do ato canibalesco, o perpetrador assume e apropria-se dele e vangloria-se de como retalhou, em pedaços, vários cadáveres de shabihas. 

O canibalismo parece ser a mais recente inovação, mas a verdade é que não há o que os psicopatas armados das incontáveis gangues não tenham feito dentro da Síria. Ou, talvez, não se devesse chamar de psicopatas homens capazes de fazer o que fizeram? Afinal, quem mais se deixaria arregimentar para guerra tão absolutamente sem sentido, além de psicopatas? 

O autodefinido Exército Sírio Livre diz que caçará o homem que arrancou o coração do soldado. Ótimo. Que cace também os ‘rebeldes’ cortadores de gargantas e ‘rebeldes’ degoladores em geral. Que cace os ‘rebeldes’ que assassinaram funcionários públicos, antes de jogar os cadáveres pelas janelas do prédio dos correios em Al-Bab. E aproveite para caçar também seus próprios companheiros de armas que deliberadamente jogam carros-bomba contra civis. 

E que não se esqueça de caçar os assassinos do imã e de 50 fiéis que rezavam numa mesquita em Damasco. E, ainda, os estupradores e sequestradores, inclusive os chechenos que sequestraram dois bispos ainda mantido em cativeiro em Aleppo, enquando os líderes cristãos dos governos ocidentais fingem que nada têm a ver com aquilo. Na caçada dos bandidos que macularam a gloriosa reputação do Exército Sírio Livre, aliás, nem é preciso procurar muito longe, porque há inúmeros bandidos bem ali, nas próprias fileiras. Provas não faltam. A imprensa tem vasta coleção de macabros vídeos nos telefones celulares e câmeras de mão, imagens de rostos muito facilmente identificáveis, porque eles se orgulham muito do que fizeram e querem exibir-se para o mundo. Essa é a gente que a Arábia Saudita e o Qatar dedicaram-se a armar pesadamente, e carregaram de dinheiro, para que tomassem a Síria.
Essa é a realidade por trás da narrativa de ficção e mentiras que a empresa-imprensa global distribuiu para o mundo ao longo dos últimos dois anos. Nenhum jornalismo: só a regurgitação de cada mentira, de cada exagero, de cada distorção produzida por ‘ativistas’ e pelo chamado Observatório Sírio de Direitos Humanos, de Londres – segundo o qual o “regime’ sírio estaria sempre a ponto de desabar, várias vezes por dia; e todas as atrocidades eram sempre, sempre, obra dos soldados sírios. Exceto por alguns poucos artigos assinados recentemente por Robert Fisk, praticamente nenhum veículo de nenhum grande grupo da imprensa-empresa comercial no mundo ocidental noticiou eventos e comentou o conflito do ponto de vista do exército e do governo da Síria. 
Jornalistas eram conduzidos através da fronteira por grupos ‘rebeldes’ e só faziam repetir o que os tais ‘rebeldes’ (eventualmente, canibais) lhes contavam. É como acreditar em tudo que escreviam os ‘jornalistas’ incorporados às tropas do exército dos EUA, como se o que relataram fosse o que realmente acontecia no Iraque. E, também como no Iraque, repetem agora a mesma propaganda sobre “armas químicas”.
Até que, afinal, a mentira sucumbiu, e a realidade apareceu. Quem está em colapso não é o governo de Assad, mas os ‘rebeldes’. Daqui em diante, só a intervenção militar armada e direta, com coturnos em solo, conseguirá salvar os ‘rebeldes’. Mas, com o governo sírio já contando com sólido apoio dos russos... não será fácil pôr coturnos norte-americanos em solo sírio. Obama continua pressionado para “fazer mais”, mas não dá qualquer sinal de interesse em deixar-se sugar ainda mais para o fundo do pântano criado pelos seus ‘rebeldes’ na Síria. E outros não darão nem meio passo, se os EUA não marcharem à frente. A Alemanha já se declarou contra qualquer envolvimento; a Áustria disse que já está fornecendo armas aos ‘rebeldes’, o que a Grã-Bretanha gostaria de ter feito, e que, antes do fim do embargo na União Europeia, que terminará dia 31 de maio em curso, é violar leis internacionais.

Essa semana, todos os holofotes concentraram-se sobre o primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, e a viagem que fez a Washington para discutir a Síria com Barack Obama. A Turquia teve papel central no desenrolar do conflito sírio. Arábia Saudira, Qatar e Libya forneceram dinheiro e armas, mas foi a Turquia, cujo território ficou aberto para a mobilização de gangues armadas que cruzavam a fronteira para depor o “regime”. Erdogan não se afastou um passo da posição que assumiu contra Bashar Al-Assad há mais de dois anos. O único caso claro de uso de arma química em ataque foi o composto de cloro embalado numa ogiva e disparado contra um posto do Exército Sírio em Khan Al-Assal, que matou vários soldados e civis. Mas Erdogan continua a repetir que foi o Exército Sírio que usou armas químicas e que, ao fazê-lo cruzou a tal “linha vermelha” que Obama inventara. Perguntado, pouco antes de partir para Washington, se apoiaria a implantação de uma zona aérea de exclusão, respondeu: “Desde o início diríamos que sim.” 
Semana passada, carros carregados com mais de uma tonelada de C4 e TNT foram explodidos na província de Hatay, na cidade fronteiriça de Reyhanli. Foram mortas, no mínimo, 51 pessoas. A destruição foi massiva. Prédios da administração municipal e dúzias de lojas ficaram soterrados nos escombros. Na sequência, carros com placas sírias foram destruídos e refugiados sírios atacados por grupos da região, enfurecidos. Enquanto destruíam, amaldiçoavam Erdogan. A atrocidade seguiu um padrão já familiar aos sírios: uma primeira explosão e em seguida, quando as pessoas se aproximam para socorrer os feridos da primeira explosão, a segunda bomba, para aumentar o número de vítimas.

Apesar de o governo turco ter declarado que teria sido trabalho de um grupo terrorista que colaboraria com a inteligência (mukhabarat) síria, só as gangues armadas ou um dos governos que as apoia teria algum motivo para cometer tamanha violência. O Exército Sírio está cercando os ‘rebeldes’, o “conselho dos traidores” baseado em Doha já implodiu, e norte-americanos e russos estão sentando para conversar. Aquele ataque foi claramente planejado e executado para atrair a Turquia diretamente para o conflito, através da fronteira.

O ataque contra Reyhanli aconteceu uma semana depois que Israel lançou uma série de ataques selvagens contra a Síria. Não foi simples ataque de um míssil. Dois ataques em três dias, durando cada um várias horas, com bombardeio cerrado em torno de Damasco, sugerem fortemente que o objetivo era provocar resposta dos sírios, o que abriria a porta para guerra generalizada, na qual até o Irã poderia ser atacado. Israel alegou que o alvo seria um carregamento de mísseis destinados ao Hizbullah, mas, embora um centro de pesquisa e uma fábrica militar de produção de alimentos tenham sido atingidos, não se viu nem sinal de que algum míssil tivesse sido destruído. Os ataques revelaram-se fracasso político e estratégico. Imediatamente, na sequência, Putin aplicou “uma carraspana” em Netanyahu e o castigou, ou fornecendo ou ameaçando fornecer à Síria mísseis antiaéreos avançados S300. Só a insuperável arrogância do governo israelense explica que tenha insistido que outros ataques viriam, se necessários, e que destruiriam o governo sírio, caso houvesse retaliação.
Obama está agora sob pressão doméstica para “fazer mais”. Em Washington, os mesmos que clamavam por guerra contra o Iraque clamam pela ampliação do conflito na Síria. O senador Bob Menendez, empenhado apoiador de Israel, como virtualmente todos os congressistas, apresentou projeto de lei que autoriza o governo dos EUA a fornecer armas aos ‘rebeldes’ (como se os EUA já não estivessem fazendo exatamente isso clandestinamente, diretamente ou usando a Arábia Saudita e o Qatar).  O ex-editor do New York Times, Bill Keller, apoiou abertamente a guerra do Iraque e agora quer também que os EUA armem “os rebeldes” e “defendam os civis ameaçados de ser massacrados dentro das próprias casas” na Síria. Não fala, é claro, dos civis massacrados pelas gangues já armadas.

O Washington Post acabou por ter de admitir que o Exército Sírio está em marcha vitoriosa para controlar o conflito, mas nem por isso desiste de tentar mudar o rumo dos acontecimentos. “E se os EUA não intervierem na Síria?” pergunta em editorial, para poder responder-se, o jornal a ele mesmo: a Síria será fraturada, partida em várias áreas sectárias; a Frente Jabhat Al-Nusra assumirá o controle no norte e “remanescentes do regime” ficarão com faixas na parte oeste. A guerra sectária se espalhará e alcançará o Iraque – como se isso já não tivesse acontecido, consequência da invasão norte-americana – e o Líbano. Armas químicas cairão em mãos erradas, “o que provavelmente forçará Israel a intervir, para impedir que cheguem às mãos do Hizbullah ou da Al-Qaeda”. E, se os EUA não intervierem logo, para impedir que tudo isso aconteça, Turquia e Arábia Saudita “poderão concluir que os EUA já não são aliado confiável”.[1]
Há outras respostas muito mais prováveis àquele “o que acontecerá”. O Exército Sírio expulsará do território sírio os “rebeldes” sobreviventes; e Bashar resultará ainda mais popular do que antes, depois de ter enfrentado com sucesso o maior desafio que se impôs ao Estado sírio em toda a sua história. Haverá eleições em 2014. Bashar será eleito presidente com 75% dos votos. Essa, pelo menos, é a previsão da CIA.
Erdogan chegou a Washington também desejando que Obama “faça mais”, mas é mais do que claro que o presidente dos EUA não quer fazer coisa alguma, muito menos, mais. A imprensa-empresa turca noticiou que Obama dissera que Assad “tem de” sair [orig. “must”], mas não foi o que Obama disse. Obama escolheu muito atentamente cada palavra. Na conferência de imprensa ao lado de Erdogan, ele não disse que Assad “tem de” sair; disse que Assad “precisa” [orig. “needs”] ir e “precisa” transferir o poder para um corpo transicional. É diferença absolutamente importante. Pessoalmente, Obama não quer chegar ao fim de seu governo afundado numa guerra impopular, que os EUA não vencerão, guerra que, além do mais, pode muito rapidamente extrapolar o plano regional e converter-se em crise global. 
Pesquisa recente do Instituto Pew mostrou que o povo norte-americano já não tolera guerras no Oriente Médio. E a conversa entre Kerry e Lavrov indica que, dessa vez, já deixado para trás o Acordo de Genebra de julho de 2012, os EUA estão seriamente interessados em negociar um fim para a crise na Síria, mesmo que outros não considerem ainda sequer essa possibilidade. Se há alguma ameaça a pesar contra a posição dos EUA, o mais provável é que esteja crescendo entre seus amigos e aliados. 
* Jeremy Salt é professor associado de História e Política do Oriente Médio, na Bilkent University, em Ancara, Turquia.


sexta-feira, 24 de maio de 2013

Inteligência alemã prevê vitória do governo no conflito sírio



O chefe do serviço de inteligência estrangeira da Alemanha (BND), Gerhard Schindler, considera que o Exército da Síria será capaz de obter a vitória definitiva contra os grupos rebeldes antes do final de 2013.

Segundo o chefe da inteligência alemã, no momento o governo do presidente Bashar al-Asad é mais estável do que antes

A edição digital do jornal alemão Der Spiegel informou na última quarta-feira (22) que Schindler, durante suas declarações perante oficiais de segurança mudou de opinião a respeito do que dissera no verão passado, quando fez a previsão de que o governo de Damasco cairia no começo de 2013.

Schindler declarou que os grupos armados na Síria, que incluem filiados à Al-Qaeda, enfrentam dificuldades extremas em sua guerra.

A autoridade alemã considerou que os diferentes grupos armados lutam entre si, para controlar certas zonas, e destacou a falta de uma rede funcional de comando entre os líderes da oposição síria, apoiada pelos estrangeiros, e seus elementos armados dentro do país, ao apontar que cada novo conflito debilita mais os rebeldes.

O chefe do BND prognosticou também que em finais de 2013, o Exército sírio retomará o controle do sul do país se a situação permanecer como nas últimas semanas.

Schindler manifestou que os militares conseguiram cortar as linhas de abastecimento de armas e as rotas de evacuação dos rebeldes feridos para os países vizinhos.

Cabe mencionar que, durante os últimos dias, as forças de segurança sírias provocaram grandes perdas entre os grupos armados no estratégico distrito de Al-Qusair, perto da fronteira com o Líbano .

Por sua parte, Al-Asad enfatizou na quinta-feira (23) sua determinação de continuar a luta contra o terrorismo, enquanto reiterou que a crise em seu país deve ser resolvida pelas vias políticas.

A Síria, desde meados de março de 2011, vive uma onda de violência organizada e patrocinada por alguns países do Ocidente e da região do Oriente Médio, cujo objetivo é culpar o governo de Damasco pela crise e possibilitar uma intervenção militar estrangeira.

Fonte: Hispan TV

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Bashar al Assad, líder sírio: “Renunciar seria fugir; o povo é quem decide se eu fico, não os EUA.”


Por Marcelo Cantelmi

Damasco. Enviado Especial - 19/05/13

Na entrevista para o Clarin, líder sírio rejeitou a possibilidade de sair de cena como forma de encerrar a crise. Negou o uso de armas químicas e coloco em dúvidas o número de 70.000 mortos dado pela ONU.


Bashar Al Assad, o homem forte de Síria, possui um olhar tranquilo que contrasta com o lugar que a história lhe reservou. Ou tal vez não seja calma porque também parece que seu olhar está aprisionado num assombro que não acaba. Nesta extensa entrevista, a primeira com a mídia hispana desde o início da guerra, Assad manteve esse olhar para negar qualquer possibilidade de renúncia, negar as denúncias de uso de armas químicas e até questionar o número de 70.000 mortos denunciado pela ONU. A reportagem foi feita num palácio em Damasco, enquanto se ouvia o som da artilheria e o disparo dos morteiros à distância.

- Por que a crise síria tem se prolongado e aprofundado de forma diferente do que aconteceu nos outros países árabes?


- Múltiplos elementos internos e externos tem contribuído para aprofundar a crise, o principal é a intervenção estrangeira e depois porque os cálculos dos países que queriam intervir na Síria foram mal feitos. Eles pensaram que o plano poderia ser implantado em questão de semanas ou meses, mas isso não aconteceu, o que tem acontecido é que o povo sírio está resistindo e vamos continuar resistindo. Para nós se trata da defesa da nossa pátria.

- Sabe que segundo a ONU esta guerra já provocou mais de 70.000 mortos?


- Teríamos que perguntar aos que apresentam estas cifras sobre a credibilidade de suas fontes. Toda morte é horrível, mas muitos dos mortos são estrangeiros que vieram a assassinar o povo sírio. E também não podemos esquecer que tem muitos sírios desaparecidos. Qual é o número de sírios mortos e qual o número dos mortos estrangeiros? Quantos desaparecidos há? Não podemos dar uma cifra exata. E obviamente essas cifras mudam constantemente pois os terroristas matam e muitas vezes enterram suas vítimas em valas comuns.

- Descarta que pode ter havido uso de força excessiva e desproporcional por parte de suas tropas na repressão?

- Como podemos determinar se houve força excessiva ou não? Quais seriam os parâmetros? É pouco objetivo falar nesses termos. Cada um responde de acordo ao tipo de terrorismo que tem que enfrentar. No começo era terrorismo local, depois começaram a receber cada vez mais apoio estrangeiro e o tipo de armas que recebiam mudou, eram armas mais sofisticadas. O debate aqui não é o volume da força utilizada, ou o tipo de armamento, senão o volume do terrorismo que estamos sofrendo  e consequentemente como devemos reagir.


- Não houve, no início da crise, a possibilidade de um diálogo para evitar este desenlace?


- No começo da crise as demandas eram reformistas, mas isso era apenas aparentemente, uma fachada ou camuflagem para que pareça que se tratava de uma simples questão de reformas. Fizemos as reformas, mudamos a Constituição, mudamos as leis, acabamos com o estado de emergência e anunciamos um diálogo com a oposição, mas a cada passo que dávamos mais se incrementava o terrorismo. A pergunta que cabe é: Qual é a relação entre terrorismo e reformismo?


- O que responde?


- O terrorismo não pode ser o caminho para as reformas. Que relação tem um terrorista checheno com as reformas em Síria? Que relação tem um terrorista vindo do Iraque, do Líbano ou do Afeganistão com as reformas em Síria? Ultimamente temos registrado 29 nacionalidades diferentes combatendo em Síria. Qual é a relação entre eles todos e o reformismo interno? É algo que não tem lógica! Temos feito reformas e temos iniciativa política para o diálogo. A base para qualquer solução política é o que quer o povo sírio e isto se rege pelas urnas. Não tem outra forma. Em relação ao terrorismo, ninguém quer dialogar com o terrorismo. O terrorismo agiu também em EUA e Europa e nenhum governou dialogou com os terroristas. Se dialoga com forças políticas, não com terroristas que degolam, matam e usam armas químicas.


- O senhor denuncia a existência de milícias estrangeiras em Síria mas garantem que há também combatentes do Hezbollah e do Irã.


- Síria, com seus 23 milhões de habitantes, não precisa de apoio humano do pais que seja. Temos exército e forças de segurança. Não precisamos do Irã ou do Hezbollah para isso. Não temos combatentes de fora de Síria. Tem sim, pessoas aqui do Hezbollah e do Irã mas eles tem vindo ao país desde antes da crise.

- Entre as reformas da Constituição que comenta existe uma que contemple a liberdade de imprensa?

- Talvez saiba que temos uma nova lei de imprensa que foi decretada junto com um pacote de leis...


- Não.Partimos do princípio maior que é o diálogo entre as forças políticas. Este diálogo conduziria a uma Carta Magna que exige um referendo popular. Esta Constituição dará maiores liberdades. As leis serão feitas baseadas na nova Constituição e obviamente inclui liberdade política e de imprensa. Mas não se pode falar em liberdade de imprensa sem que exista liberdade política em geral.


- Como avalia a conferência sobre Síria planejada para finais deste mês por Rússia e EUA?

- Vemos com bons olhos a aproximação russo-americana e esperamos que isto signifique um encontro internacional para ajudar aos sírios. Mas não acreditamos que muitos países ocidentais desejem verdadeiramente uma solução para a Síria. Não acreditamos que as forças que prestam apoio aos terroristas desejem uma solução. Nós apoiamos esta aproximação (Rússia-EUA) e a aplaudimos mas devemos ser realistas. Não pode haver uma solução unilateral em Síria, é preciso de duas partes ao menos.


-São as forças que o combatem ou as grandes potências que não querem uma solução?

- Na prática essas forças opositoras estão vinculadas a países estrangeiros e por tanto não tem decisão própria. Vivem do que é enviado de fora, recebem verbas e fazem o que é decidido por esses países. Ambos são a mesma coisa e são eles que anunciaram que não desejam diálogo com o estado sírio, isto foi dito por última vez na semana passada.


- Quando se fala em diálogo a quem se refere no outro bando?

- Nós optamos pelo diálogo, com quem quera dialogar, sem exceção. Sempre e quando Síria tenha sua decisão livre e soberana. Mas isto não inclui os terroristas ou estados que dialogam com terroristas. Quando se deponham as armas e se acuda ao diálogo não teremos problemas. Acreditar que uma conferência política vai deter o terrorismo é irreal.


- Que possibilidade há de que o diálogo inclua essas forças externas como EUA, por exemplo, que supostamente apoiam essas pessoas (terroristas)?

-Nós já dizemos, desde o começo, que dialogamos com qualquer força do pais ou do exterior com a condição de que não empunhem armas. Essa é a única condição. Não temos outras condições para o diálogo. Inclusive tem forças que são procurados pela justiça mas optamos por não tomar nenhuma medida contra ninguém para deixar espaço para o diálogo e ouvir todos os setores. Será o povo sírio quem vai decidir quem é patriótico e quem não é. Nunca dissemos que queríamos a solução que fosse conveniente para o governo, não queremos impor o que nós pensamos como o melhor. Essa solução cabe ao povo sírio.

-Com relação à conferência internacional ...

- Para nós, o aspecto básico a tratar em qualquer conferência internacional é deter o fluxo de dinheiro e de armas a Síria e deter o envio de terroristas que vem da Turquia com financiamento de Qatar e outros estados do Golfo como Arabia Saudita. Enquanto existam países como Qatar e Turquia que não tem interesse em deter a violência na Síria, ou na busca de uma solução política, o terrorismo continuará.


- Onde coloca Israel nesta crise?

- Israel apoia diretamente e por duas vias aos grupos terroristas, presta apoio logístico e os instrui sobre quais devem ser os locais que devem atacar. É por isso que os terroristas atacaram uma estação de radar do sistema de defesa antiaérea que detecta qualquer avião que vem de forma, especialmente desde Israel.


- No caso do diálogo avançar é possível falar num calendário para a entrega de armas por parte da oposição?

- Eles não são uma entidade, são grupos e bandos. Não são dezenas mas centenas. São uma mistura, cada grupo tem seus líderes. São milhares e quem pode unificar milhares de pessoas? Esta é a pergunta. Não podemos falar de um calendário quando fica difícil saber com quem lidamos. Se eles tivessem uma estrutura unificada então poderíamos dar uma resposta a esta pergunta.


- Está disposto a sair de cena para conseguir uma solução definitiva? Está disposto a renunciar?

-Minha permanência ou não, depende do povo sírio. Não da minha decisão pessoal de ficar ou sair. É uma decisão do povo. Se eles querem se fica, se não se sai. O tema depende da Constituição, das urnas. Nas eleições de 2014 o povo decidirá.


- Já considerou a alternativa de se demitir como condição para o fim do conflito?

-Sou um presidente eleito e é o povo quem decide minha permanência. Agora, que alguém diga que o presidente sírio tem que sair porque EUA quer ou os terroristas o exigem é inaceitável.

-Barack Obama tem dado sinais que não considera provável intervir no seu pais mas seu ministro, John Kerry, afirmou que qualquer acordo deve incluir sua saída do cargo.

- Não sei se Kerry ou outro tem recebido um mandato do povo sírio para falar em nome desse povo, sobre quem deve sair ou ficar. Temos dito reiteradamente que qualquer decisão em relação às reformas em Síria ou qualquer ação política são decisões sírias e não está permitido nem a EUA, nem a nenhum outro estado, intervir nelas. Somos um estado independente e não aceitamos que ninguém nos defina o que devemos fazer, nem EUA, nem ninguém. Por tanto essa possibilidade a determina o povo sírio. Iremos a eleições, apresentaremos candidatos e está a possibilidade de vencer ou não. Então não se pode ir a essa conferência e decidir antecipadamente algo que o povo ainda não decidiu. Outro aspecto é: o pais está em crise e quando o barco se encontra no meio de uma tormenta, renunciar significa fugir. Devemos devolver o barco ao lugar correto e então se decidirão as coisas. Não sou uma pessoa que foge de suas responsabilidades.


- França, Inglaterra e o próprio Kerry denunciaram que seu exército usou armas químicas, gás sarin, contra a população civil...

-Não devemos perder tempo com essas declarações. As armas químicas são armas de destruição massiva. Estão dizendo que as usamos em zonas residenciais. Se uma bomba nuclear fosse jogada sob uma cidade e o saldo fosse de dez ou vinte pessoas por acaso daria para acreditar? Usar armas químicas em zonas residenciais significa assassinar milhares ou dezenas de milhares em minutos. Quem poderia esconder algo dessa dimensão?


- A que se deve essa denúncia, então?

- Este tema das armas químicas surgiu quando os grupos terroristas em Aleppo e Khan Al-Assal fizeram uso desse tipo de armas. Recolhemos as provas: o míssil usado e as substâncias químicas. Analisamos essas substâncias e enviamos uma carta ao Conselho de Segurança da ONU para que enviaram uma missão para verificar. EUA, França e Inglaterra se viram numa situação constrangedora e disseram que queriam enviar uma missão que investigue sobre armas químicas em outras regiões onde eles alegam que foram usadas. Fizeram isso para não ter que investigar o local onde realmente aconteceu o fato. Um membro dessa comissão, Carla Ponte, anunciou que foram os terroristas que usaram as armas químicas mas nem a ONU deu ouvidos a essa declaração.


- Acredita que essa denúncia poderia abrir caminho para uma intervenção militar em Síria?

- Se este assunto se usa como preliminar para uma guerra contra Síria é possível. Não esquecemos do que aconteceu no Iraque. Onde estavam as armas de destruição em massa de Sadam Hussein? Ocidente mente e falsifica para desatar guerras, é o seu costume. Obviamente qualquer guerra contra Síria não será fácil, não será uma excursão. Mas não podemos descartar a possibilidade que nos ataquem e iniciem uma guerra.


- Em que se baseia?

- Fomos bombardeados por Israel. É uma possibilidade vigente especialmente depois que conseguimos desarticular os grupos armados em muitas regiões da Síria. Então, esses países encomendaram a Israel que fizessem isso para elevar a moral dos grupos terroristas. Supomos que em em algum momento se produzirá algum tipo de intervenção mesmo que seja limitada.


- Está dizendo que tem controle sobre a situação mas enquanto conversamos se ouve o estrondo de artilharia na periferia da cidade.

- O termo controlar ou não controlar se usa quando se livra uma guerra com um exército estrangeiro. Mas a situação é totalmente diferente. Os terroristas invadem regiões dispersas e depois fogem para outras regiões. Se movem em regiões amplas e obviamente nenhum exército no mundo consegue estar presente em todos os cantos.


- Acredita realmente que os americanos cooperam com Qatar ou Arabia Saudita para que tome o poder um regime ultra-islâmico wahabita em Síria?

- A Ocidente só importa que os governos sejam leais. Eles querem governos servis que façam o que eles querem independentemente de sua forma. Mas o que aconteceu no Afeganistão refuta isso. Eles apoiaram o Talibã e o 11-S pagaram um preço altíssimo. O perigo disto é que os estados wahabitas querem difundir o pensamento extremista em toda a população e em Síria temos um Islã moderado e resistiremos a isso com todos os meios.


- Nas eleições presidenciais de 2014 haverá observadores internacionais e será permitido o livre acesso da imprensa mundial para cobrir o evento?


- Para ser sincero, o tema dos observadores internacionais é uma decisão do pais pois uma parte do povo não tolera a ideia de que exista esse monitoramento por uma questão de soberania nacional. Não temos confiança em Ocidente para essa tarefa. Se aceitamos que venham observadores serão de países amigos como Rússia ou China, por exemplo.

-China?

- ...

- Na entrevista que Clarin fez com o senhor em Buenos Aires, falou com firmeza que rejeitava a ideia de negar o Holocausto como o faz o Irã. Ainda defende essa posição?

- Por que falar do Holocausto e não do que acontece na Palestina, ou do milhão e meio de iraquianos assassinados? O Holocausto é uma questão histórica que precisa de uma visão mais ampla e não ser usado como uma questão política. Não sou um historiador para determinar o que é exato nesse tema. As questões históricas dependem de quem as escreve, e por isso as vezes a história é distorcida.

- Desculpe mas existe alguma autocrítica que gostaria de formular?

-Não há lógica em fazer autocrítica em acontecimentos em processo. Se alguém vê um filme não o critica antes deste terminar. Quando o quadro esteja completo veremos ou que corresponde ou não, criticar.


- Para terminar, tem alguma informação sobre o paradeiro dos jornalistas James Foley, um americano desaparecido há 6 meses aqui e do italiano Domenico Quirico de La Stampa, perdido há um mês aproximadamente?

- Tem jornalistas que ingressaram a Síria de forma ilegal, em regiões onde estão ativos os terroristas. Houve alguns casos de tropas que conseguiram liberar jornalistas que estavam sequestrados. Em todo caso, quando dispomos de informação sobre qualquer jornalista que ingressou ilegalmente, nós informamos ao pais em questão. E até o momento não temos nenhuma informação dos jornalistas dos quais está falando.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Lavrov nega ligação entre fornecimento de mísseis S-300 à Síria e ataques aéreos de Israel



A decisão de fornecer à Síria mísseis antiaéreos S-300 não está ligada aos ataques aéreos de Israel a esse país; ela foi tomada muito antes desses acontecimentos, declarou o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov.

“Basicamente, os sistemas antiaéreos são fornecidos para proteger o país-cliente de ataques aéreos. Mas esses contratos tinham sido celebrados muito antes da altura em que a Síria foi atacada pelo ar, no ano passado e agora”, disse ele em entrevista ao canal de TV libanês Al Mayadin.

Fonte: A voz da Rússia.

Exército sírio estabelece alvos em Israel




O Exército sírio estabeleceu alvos em Israel a serem atacados no caso de novos ataques aéreos israelenses contra o território sírio, revela a televisão estatal síria.

As fontes oficiais informaram a televisão síria de que as tropas foram ordenadas a responder a qualquer ataque proveniente de Israel, sem esperar por novas ordens do Alto Comando. A Síria também deu a "luz verde" aos ataques palestinos contra Israel a partir das colinas de Golã ocupadas.

Fonte: A voz da Rússia.

ONU aprova resolução unilateral contra a Síria; Brasil se abstém



A Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou nesta quarta-feira (15) uma resolução sobre a Síria, apresentada pelo Catar, condenando o governo do presidente Bashar Al Assad.


No total, 107 países votaram a favor da resolução, entre eles os Estados Unidos, o Reino Unido e a França, 12 votaram contra e 59 países se abstiveram. Irã, China, Rússia, Bolívia, Nicarágua, Equador, Venezuela, Cuba e República Popular Democrática da Coreia se encontram entre os países que rechaçaram a resolução. África do Sul, Índia e Brasil estão entre os países que se abstiveram. 

A resolução não respeita a soberania da Síria, contribuirá para agravar o conflito e dará força à oposição, além do mais pode minar os esforços diplomáticos e iniciativas, como a acordada recentemente entre a Rússia e os Estados Unidos, para promover um diálogo entre as partes implicadas na crise, advertiram os países contrários à iniciativa.

O Irã pediu uma solução política para pôr fim à crise na Síria, sublinhando que todos os países deveriam ajudar a facilitar um processo de paz no país árabe.
Ao criticar a aprovação da resolução por não ter em conta as recentes agressões do regime de Israel à Síria, o representante iraniano na ONU, Mohamed Jazai, insistiu em que a presença de grupos terroristas apoiados desde o exterior na Síria põe em perigo a estabilidade e a segurança de toda a região, e culpou os grupos armados sírios de usar armas químicas contra os cidadãos do país.

Previamente, ao discursar na sessão da Assembleia Geral, o embaixador sírio na ONU, Bashar Yafari, qualificou a mencionada resolução de “unilateral”, por não proporcionar uma solução política ao conflito sírio.

Yafari culpou a Arábia Saudita, o Catar e a Turquia de sabotar a missão das Nações Unidas em seu país.

Com agências

Fonte: Portal Vermelho



Rússia envia mísseis "mais avançados" para a Síria




Ministro dos Negócios Estrangeiros russo diz que o país está apenas a cumprir contratos já assinados. Israel reafirma que tem o direito de se defender.

A Rússia enviou uma remessa de mísseis antinavios Yakhont para a Síria, numa demonstração de que continua a apoiar militarmente o regime de Bashar al-Assad.

Segundo a edição desta sexta-feira do The New York Times, que cita responsáveis norte-americanos não- identificados, esta não é a primeira vez que Moscovo envia mísseis Yakhont para Damasco, mas os modelos agora em causa estão equipados com um sistema de radar mais avançado, que os torna mais eficazes.

As fontes contactadas pelo jornal norte-americano afirmam que o sistema de mísseis Yakhont vai proporcionar ao regime de Bashar al-Assad um meio poderoso para fazer frente a um eventual embargo naval imposto por forças internacionais, devido à ameaça que representa para qualquer tipo de embarcação.

"Permite que o regime impeça forças estrangeiras de apoiarem a oposição a partir do mar, ou de desempenharem um papel mais activo no caso de ser instituída uma zona de exclusão aérea ou um embargo naval", disse ao The New York Times Nick Brown, director da publicação Jane's International Defence Review.

A notícia surge numa altura em que Estados Unidos e Rússia preparam uma conferência internacional, que poderá decorrer já no próximo mês, e que deverá contar com a presença de representantes do regime sírio e da oposição. Numa recente visita a Moscovo, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, repetiu a oposição oficial dos EUA sobre a venda de armas à Síria: "Acho que deixámos bem claro que preferíamos que a Rússia não desse apoio."

A notícia avançada esta sexta-feira pelo The New York Times já foi comentada pela ministra da Justiça de Israel, Tzipi Livni: "O envio de armas para a Síria não é, obviamente, um elemento positivo e não contribui para a estabilização da região, muito pelo contrário." A ministra, que integra também o gabinete de segurança israelita, deixou claro que "Israel tem o direito de se defender".

Surpreendido com as reacções à notícia do envio de mísseis Yakhont para a Síria, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, disse esta sexta-feira que não percebe "por que é que os media estão a tentar criar comoção à volta disto". "Não escondemos que fornecemos armas à Síria no âmbito de contratos assinados, sem violarmos qualquer acordo internacional e a nossa própria lei. Enviamos principalmente sistema antiaéreos, que não criam qualquer desequilíbrio de poder na região nem proporcionam quaisquer vantagens na luta contra a oposição", declarou o ministro russo, citado pela BBC.

O New York Times avança que a mais recente remessa de armas da Rússia para a Síria foi contratualizada em 2007 e que os primeiros mísseis chegaram a Damasco no início de 2011. Mas os responsáveis norte-americanos citados pelo jornal dizem que os mísseis mais recentes estão equipados com radares mais avançados, que permitem ultrapassar as defesas dos navios de guerra.

Em Defesa da Paz e Contra a Ingerência Externa na Síria


As organizações abaixo-assinadas acompanham com extrema preocupação a escalada do conflito armado na Síria.

Consideramos que não há solução militar para o conflito na Síria, que deve ser resolvido pelo povo sírio, sem nenhum tipo de ingerência externa.

É nestes marcos que condenamos o ataque militar promovido, no recente dia 5 de maio, pelas forças armadas de Israel contra o território sírio, provocando centenas de mortes e a destruição de prédios, propriedades públicas, privadas e infraestrutura, além de um centro científico de pesquisa, entre outros, em Jamraya perto de Damasco.

As entidades brasileiras abaixo assinadas se solidarizam com o povo sírio e condenam veementemente estes ataques.

Reafirmamos a necessidade dos organismos internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU), especialmente o Conselho de Segurança e a Assembleia Geral a se manifestarem e condenarem este crime contra a soberania de Síria. 

Apoiamos as iniciativas propostas pelos países do BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul e apoiamos a posição do Brasil Expressada pela Exma. Presidenta Dilma Rousseff na última reunião dos BRICS na África do Sul e dos aliados dos BRICS, na solução do conflito e incentivamos as conversações que tenham por base os acordos de Genebra.

Reafirmamos: Não existe solução militar para o conflito na Síria.

A solução é via o Diálogo Nacional.

PT – Partido dos Trabalhadores
PCdoB – Partido Comunista do Brasil
PPL – Partido Pátria Livre
CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
CGTB – Central Geral dos Trabalhadores do Brasil
CUT –  Central Única dos Trabalhadores
CONTEE –  Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimento de Ensino
CONAM –  Confederação Nacional da Associação de Moradores
FDIM – Federação Democrática Internacional de Mulheres
UBM – União Brasileira de Mulheres
CMB – Confederação das Mulheres do Brasil
UNEGRO – União de Negros pela Igualdade
MST – Movimento dos Sem Terra
UJS – União da Juventude Socialista
Federação Árabe-Palestina do Brasil – FEPAL
Cebrapaz – Conselho Brasileiro Pela Paz
Federação de Entidades Americano-Árabes – Fearab América
Federação das Entidades Árabe-Brasileiras do Estado de SP – Fearab/SP
Associação Cultural José Marti da Bahia e Paraná
Comitê Brasileiro de Defesa dos Direitos do Povo Palestino
GT Árabe – Grupo de Trabalho Árabe
Oriente Mídia – www.orientemidia.org
Instituto Jerusalém do Brasil
Revista Zunái
Revista Sawtak
Gazeta Árabe – Al Nur
Associação Cultural Sírio-Brasileira
Associação Feminina Crescente Fértil do Brasil
União Cultural Árabe Brasil – Al Baas
Centro Cultural Árabe Sírio
Sociedade Beneficente Islâmica Alaouita de São Paulo
Centro de Pesquisa e Apoio aos Trabalhadores – CEPAT/RP
Jornal Água Verde/PR
Movimento Democracia Direta/PR
Instituto Brasileiro de Estudos Islâmicos do PR
Sociedade Muçulmana do PR

Rússia envia doze navios de guerra à Siria



Segundo informe publicado no diário norte-americano The Wall Street Journal, a Rússia enviou doze ou mais navios de guerra ao porto sírio de Tartus, a oeste do país, para patrulhar as águas sírias e deixar claro que não irá permitir aos Estados Unidos, ao regime de Israel e outros países ocidentais intervir no país árabe.

O governo de Moscou, segundo contratos já firmados, fornece equipamentos militares, entre eles mísseis terra-mar e mísseis mar-mar, à Síria. 

A Rússia, ao contrario dos países ocidentais que se aproveitam da situação na Síria e intervêm nos assuntos internos do país árabe, enfatizou que a solução do caso sírio deve ser alcançada por vias políticas e diplomáticas. 

A Síria, desde março de 2011, sofre interferências de alguns países ocidentrais e  regionais que brindam abertamente seu apoio financeiro, armamentista e logístico aos grupos armados, cujo propósito é derrubar o governo de Bashar al-Asad. 

As autoridades de Damasco, por seu lado, reiteraram em várias ocasiões que a crise síria é orquestrada do exterior, pois grande parte dos terroristas que lutam no país são estrangeiros.

tas/nl/hnb 
          

Número estimado em 700 dos mercenários europeus na Síria


A imprensa síria informa hoje que cerca de 700 cidadãos europeus nesta luta nação como mercenários, os membros dos grupos de oposição lutando para derrubar o governo do presidente Bashar al-Assad.

Os relatórios são baseados em declarações de ministro do Interior alemão, Hans Peter Friedrich, que revelou a véspera de figura durante uma conferência de imprensa em seu país.

O aviso do Destaque mídia Friedrich às autoridades da União Europeia (UE) sobre a necessidade de leis para impedir estas tropas para retornar a seus respectivos países, pelo menos nos próximos dois anos.

Esta proposta será apresentada no próximo mês, durante uma cimeira de alto nível da UE, acrescentou.

Agência de notícias SANA preciso que este é o primeiro reconhecimento dos serviços de inteligência de um dos governos ocidentais sobre a presença de terroristas neste país levantino.

Funcionários em Berlim dizem procurando 40 pessoas que saíram no ano passado na Alemanha com passaportes daquele país para a Síria, para participar de grupos islâmicos que defendem impor um califado regido pela sharia (lei islâmica), disse.

Da mesma forma, o ministro das Relações Exteriores alemão, Guido Westerwelle, reiterou ontem a rejeição de seu país a enviar armas para a chamada revolta da Síria, percebendo que há garantias de equipamentos militares de cair nas mãos de terroristas.

Os governos do Reino Unido e França mostraram a intenção de armar irregular aberto, a fim de promover o que eles chamam de mudança de regime em Damasco.

Fonte: Prensa Latina

Líderes israelenses pressionam os EUA para outra guerra pró-Israel na Síria


Al-Manar
Yusuf Fernandez

Tel Aviv está tentando abrir o caminho para uma intervenção estrangeira liderada pelos EUA na Síria, acusando Damasco de utilizar armas químicas. Essa é a mesma desculpa, as armas de destruição em massa, que círculos neoconservadores pró-israelenses usados em 2003 para lançar a guerra no Iraque. Mais tarde, essa afirmação provou ser uma mentira como muitos especialistas de todo o mundo tinha avisado com antecedência. Por sua vez, a Síria negou que tivesse usado armas químicas. O ministro da Informação sírio foi citado como dizendo em 24 de abril que seu país não usaria esse tipo de armas, mesmo em caso de guerra com o seu pior inimigo, Israel.

Em 15 de abril, chefe da inteligência militar de Israel e ex-chefe do Instituto para a Segurança Nacional, General Amos Yadlin, chamado para tomar medidas para quebrar o eixo de resistência que consiste em Irã, Hezbollah e Síria, enfraquecendo o presidente sírio Bashar Al-Assad e terminando o seu governo o mais rápido possível. O Canal 2 da TV israelense citou ainda Yadlin, dizendo que "quem não está ciente de que a queda de Assad é um desenvolvimento positivo para Israel, seria incapaz de ler corretamente a situação."

Yadlin acrescentou, em um comunicado na conferência do Instituto para Estudos de Segurança Nacional (DCI) em Tel Aviv, que não descarta um confronto entre Israel e Síria. No entanto, ele alertou que seria uma guerra difícil, porque uma guerra com o exército sírio fez com que mísseis Scud, e talvez mísseis mais avançados, teria atingido Tel Aviv. "

Por sua parte, o Brigadeiro General Itai Brun, chefe da divisão de inteligência militar israelense de pesquisa e análise, disse que no dia 24 de abril, que as tropas sírias provavelmente tinha usado Sarin, um agente nervoso letal, contra os militantes estrangeiros lastreados em várias ocasiões nos últimos meses.Brun não deu nenhuma indicação de que ele tinha uma sólida evidência, tais como amostras de solo, normalmente utilizada para verificar o uso de armas químicas.

Significativamente, ele fez as declarações como Secretário de Defesa dos EUA Chuck Hagel estava terminando uma visita de três dias a Israel centrada na crise síria e um programa de energia nuclear iraniano. Durante sua viagem, Hagel Israel recompensado com um novo acordo de armas enorme.

Os EUA descreveu qualquer uso de armas químicas na Síria como uma "linha vermelha", o que provavelmente levaria a uma ação militar. No entanto, os EUA e seus aliados ocidentais permaneceu em silêncio quando o único exemplo real de uso de armas químicas, que teve lugar no Khan al aldeia Assal, na província de Aleppo, aconteceu. Isso não é surpreendente, porque desde o início de seus esforços para promover uma guerra civil na Síria, Washington confiou pesadamente sobre as forças extremistas que usaram as armas químicas, particularmente Nusra frente do Al, que acaba de declarar a sua fidelidade oficial à Al Qaeda. Arábia Saudita. Turquia e Qatar enviou armas para esses grupos, enquanto Washington tem sido envolvido em uma operação secreta para ajudar militantes radicais da Líbia e de outros países vão para a Síria, a fim de lutar contra o governo sírio.

Pior ainda, a ONU, sob pressão dos EUA, se recusou a investigar o incidente al-Assal Khan e colocá-lo no mesmo nível que alegações infundadas por parte de grupos armados que tropas sírias usaram armas químicas. Claro, nenhuma evidência real foi fornecido para fazer tais alegações também.

Ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, denunciou que os EUA e seus




aliados europeus haviam bloqueado uma investigação sobre alegações de uso de armas químicas."Em vez de enviar um grupo de especialistas para um local concreto perto Aleppo, como foi prometido", disse Lavrov, "eles começaram a exigir a autoridade sírio dar acesso a todas as instalações em território sírio. Eles começaram a exigir o que lhes permite interrogar todos os cidadãos no território da Síria. É uma tentativa de politizar a questão e tentar dar os mesmos requisitos para a Síria como foram dadas ao Iraque há muito tempo, em que armas nucleares foram procurados. "


Pressão de Israel sobre a Administração Obama

Pouco depois Brun fez suas observações, os EUA Secretário de Defesa Chuck Hagel dúvidas sobre conclusão de um general israelense de que o governo sírio havia usado armas químicas há alguns meses. "Qualquer resposta dos EUA à Síria será baseado em achados de inteligência americanos. As suspeitas são uma coisa ", Hagel repórteres. "A evidência é outra."

Por sua vez, em Bruxelas, o secretário de Estado, John Kerry, pateticamente declarou que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu "não foi em posição de confirmar" a avaliação de Brun, como se a confirmação de um dos piores inimigos da Síria contra aquele país era uma espécie de infalível palavra determinar a verdade.

Relatos da mídia dos EUA afirmam que as alegações por parte do governo Obama sobre a possível utilização de armas químicas na Síria levou congressistas hawkish para colocar ainda mais pressão sobre o governo para agir sobre sua ameaça anterior de que o uso de armas químicas na Síria seria um "jogo trocador ". Alguns republicanos sionista, quem são os lobistas da indústria de armas, bem como, têm vindo a pressionar a administração Obama de enviar armas a grupos militantes que lutam na Síria ou até mesmo lançar uma invasão militar do país árabe em uma tentativa direta para derrubar o governo do presidente al-Assad .


O senador John McCain, senador republicano pelo Arizona e ex-candidato presidencial, Obama exigiu que tomar medidas para reforçar sua "linha vermelha" através da criação de uma "área segura" em território sírio e uma "zona de exclusão aérea". Tais medidas exigiria ataques aéreos americanos e do envolvimento das tropas americanas no chão. Outro senador, Dianne Feinstein, democrata para a Califórnia e presidente do Comitê de Inteligência do Senado, disse que um militar "devem ser tomadas medidas para evitar o uso em maior escala" de armas químicas. 

The Washington Post citou uma frase de uma carta da Casa Branca enviada ao Congresso - "nenhuma opção está fora da mesa" - ". abriria uma nova frente no mundo islâmico" e mostrou preocupação de que outra ação militar dos EUA na Síria O jornal, no entanto, também afirmou que a invasão militar norte-americana contra a Síria "poderia também servir de aviso ao Irã que Obama significa o que ele diz quando ele desenha linhas vermelhas. " 

Sem surpresa, a "coalizão nacional", criado pelo governo americano e composta por algumas figuras representativas da Irmandade Muçulmana e outros exilados, rapidamente chamado para os EUA e outros países ocidentais para agir "com urgência e de forma decisiva" para provar que os EUA linha vermelha do presidente não era apenas "palavras vazias." Este grupo de oposição, considerado como o "representante legítimo do povo sírio" por Washington e seus aliados, não hesita em pressionar por uma guerra mesmo que isso signifique a destruição de seu país.

É digno de nota ressaltar que as ações dos EUA contra a Síria começou há algumas semanas. Naquela época, alguns meios de comunicação informaram que Washington já enviou 200 soldados norte-americanos para a fronteira da Jordânia com a Síria para treinar militantes anti-Síria e, nas palavras de Hagel, "melhorar a prontidão e se preparar para uma série de cenários." Altos funcionários dos EUA disseram Los Angeles Times que esses cenários incluídas a implantação de 20 mil soldados norte-americanos para invadir a Síria, com a desculpa de controlar seu estoque de armas químicas.

Durante a última reunião do chamado grupo de "Amigos da Síria", agora reduzida a 11 membros, Kerry também anunciou que os EUA dobraria sua ajuda "não-letal" para os terroristas da Síria para 250 milhões de dólares. De acordo com a Reuters, uma autoridade dos EUA disse que esta ajuda "poderia incluir, pela primeira vez equipamentos de apoio campo de batalha, como armadura e óculos de visão noturna." "Autoridades norte-americanas disseram no passado que o equipamento poderia incluir veículos blindados e de comunicações avançadas equipamento, mas Kerry não deu detalhes ", acrescentou Reuters.

Outra ruinoso pró-Israel guerra?

Hoje, tal como aconteceu há uma década no Iraque, alegações falsas sobre o emprego de armas químicas da Síria contra militantes estrangeiros apoiados são usados como uma desculpa para lançar uma guerra agressiva para beneficiar israelense e os interesses geo-estratégicos dos EUA no Oriente Médio.

Alguns se perguntam por que os EUA e Israel estão tentando usar o pretexto de armas químicas agora.A verdadeira razão é, provavelmente, as mudanças no campo de batalha na Síria. Na verdade, os militantes apoiados pelo ocidente, incluindo aqueles que têm ligações com a Al-Qaeda, sofreram uma série de derrotas humilhantes nas mãos do exército da Síria, incluindo a perda de cidades estratégicas de Al Qusayr, perto da fronteira com o Líbano, e Otaiba , a leste de Damasco, os quais serviram como importantes corredores para a passagem de militantes e armas fornecidas por países ocidentais e monarquias do Golfo. Esses governos ocidentais e do Golfo temem que, sem uma agressão militar ocidental direta, os terroristas serão esmagados e completamente derrotado na Síria.

Círculos sionistas na ligação EUA um possível ataque à Síria com outra guerra contra o Irã, com a desculpa de frear seu programa nuclear. O objetivo real da campanha anti-Síria e anti-iraniana é ajudar Israel alcançar a hegemonia no Oriente Médio e impor o controle dos EUA sobre as regiões estratégicas e rico em petróleo da Ásia Central e do Oriente Médio. Essas políticas criminais ameaçam uma conflagração mais ampla, envolvendo toda a região, e são, finalmente, destinada a enfraquecer ou destruir a China ou a Rússia, principais rivais dos EUA no mundo, que estão a promover um mundo multipolar.

Não é só o povo da Síria que sofreriam as conseqüências de uma guerra tão terrível. O povo americano também pagaria um preço alto, não só em termos de vidas de seus soldados enviados para lutar por Israel eo imperialismo dos EUA, mas também da escalada inevitável de políticas e ataques econômicos e sociais restritivas sobre as normas que deveriam ser implementadas, a fim de estar para financiar esta nova e igualmente ruinosa guerra pró-Israel.


sexta-feira, 10 de maio de 2013

Presidente Bashar al-Assad: “Nos converteremos em país da Resistência, similar ao Hezbollah”



9/5/2013, Al-ManarTV (editor local), Beirute

O presidente da Síria Bashar Al-Assad disse que a Síria tem condições para “satisfazer o desejo dos sírios, e disparar meia dúzia de mísseis contra Israel, em reposta ao ataque israelense contra Damasco. Mas todos sabemos o quanto Israel deseja uma guerra, e que, se os sírios retaliassem, estaríamos aceitando a provocação e cometeríamos ato de guerra, equivalente ao que fizeram os israelenses.”

Como noticiou o jornal Al-Akhbar, do Líbano, Assad disse a convidados que “a situação internacional não admite mais uma guerra, que nem Israel nem os EUA podem suportar. Se respondêssemos, teríamos no máximo uma vingança tática. E o que queremos é vingança estratégica: abrir as portas à Resistência e converter a Síria em país da Resistência.”

Assad sobre o Hezbollah

“Depois do ataque israelense, tivemos ainda mais certeza de que já estamos combatendo contra nosso único inimigo. Já identificamos seus soldados e agentes infiltrados em nosso país” – disse o presidente Assad.

O diário libanês noticia que Assad também voltou a manifestar alta confiança, apoio e admiração pelo Hezbollah, “organização capaz de pensar e agir com racionalidade, com firmeza e com lealdade. Decidimos fornecer tudo de que o Hezbollah precise. Pela primeira vez, sentimos, com convicção profunda, que partilhamos a mesma situação e o mesmo destino, que o Hezbollah não é apenas um aliado e parceiro para cuja resistência os sírios contribuímos. Assim sendo, decidimos nos aproximar e fazer da Síria mais um país da Resistência, similar ao Hezbollah, para defesa da Síria de hoje e das futuras gerações.”

Funcionário sírio na Turquia 

Nesse contexto, o jornal Al-Akhbar citou um funcionário sírio de alto escalão, que disse que “a Turquia agiu como moleque hipócrita e mentiroso, no qual não se pode confiar. Não há sequer uma mínima possibilidade de que o acordo anunciado entre Ankara e os curdos seja algum dia implementado, porque nem o Exército Turco e o Partido Desenvolvimento e Justiça partilham opiniões semelhantes sobre aquele acordo.”

Sobre o Iraque 

Por outro lado, disse o mesmo funcionário sírio, não há qualquer problema na relação entre os governos sírio e iraquiano.

“É claro que os qataris e os turcos estão imiscuindo-se no campo iraquiano, onde semeiam confusão e desentendimentos e tentam todo o tipo de sabotagem, ainda mais ativos que os próprios sauditas. Mas o governo do Iraque parece ter bom controle da situação e vai superando as crises, uma depois da outra, como se vê.” 

A mesma fonte disse também que a chamada ‘oposição’ iraquiana “não tem qualquer profundidade. A Turquia não tem meios nem recursos para reforçá-la. Trata-se hoje, no máximo, de malas de dinheiro, mas mesmo isso está com os dias contados.”


Sobre a Rússia

Sobre os russos, o mesmo funcionário do governo sírio disse que “os russos são confiáveis, honestos e têm reconfortado os sírios, e não há problema algum com os russos” – o que comprova o que dizem várias outras fontes, segundo as quais a Síria, enquanto vai conquistando posições em campo, também tem sido bem sucedida em vários acordos políticos.

“Seja como for”, a fonte fez questão de ressaltar, “as relações entre Síria e Rússia não são o que alguns supõem q sejam. A Síria não espera coisa alguma dos russos. Os russos, sim, é que contam com que o Exército Sírio avance em campo.” 

Sobre o Egito 

Sobre o Egito, o mesmo alto funcionário sírio disse ao jornal Al-Akhbar que Damasco vê com bons olhos que o Cairo está voltando a desempenhar o papel de liderança que teve na Região, deixando de seguir a Arábia Saudita e o Qatar.

Segundo o mesmo diário libanês, “Teerã e Damasco parecem convictas de que o Cairo está-se afastando de turcos e qataris, e pronto para reconsiderar velhas posições que assumiu sobre Iraque e Síria. O governo egípcio dá sinais de disposição para reconsiderar suas políticas internas, no que tenham a ver com o relacionamento com o partido Al-Azhar e grupos da oposição. E o Irã está disposto a trabalhar também nesse campo, oferecendo a própria experiência para ajudar a reconstruir o estado egípcio.”


Sobre o Golfo 

Sobre os países do Golfo, a mesma fonte síria entende que “vivem em tempos ultrapassados, são do tempo das tribos. Não sabem nem entendem o conceito de Estado. Aconselhamos todos que tenham de negociar com eles, a não tratá-los como se fossem estados. É perda de tempo dialogar com eles. Bem que tentamos! Mas, no instante que qualquer política ou grupo político é bem-sucedido e avança na região, eles saltam sobre você.” 


Sobre a Jordânia 

Diferente disso, “estamos em contato com a liderança jordaniana. O rei Abdullah não tem interesse em que a Síria seja ameaçada, mas está sob pressões terríveis, além de ser constantemente ameaçado por intervenção, seja dos EUA ou de Israel. Seja como for, a Jordânia sabe que seus inimigos serão sempre o Qatar, a Arábia Saudita e a Fraternidade [Muçulmana] – disse a mesma fonte síria, ao jornal Al-Akhbar, do Líbano.

Sobre o Qatar

Concluindo com o Qatar, o funcionário do governo sírio disse que o Qatar também enfureceu a Jordânia e o presidente Morsi do Egito.

“Quem aquele Emirado pensa que seria, para tentar pôr de joelhos, com dinheiro, todos os estados árabes e seus governos?”

Sugeriu fortemente que “vários Estados do Golfo ressentiram-se do que Doha fez na última Cúpula Árabe, no Qatar. Mas, simultaneamente, o governo do Qatar também está frustrado, ante o que consideraram como ‘refugo’ dos norte-americanos e franceses, e a avançada da Arábia Saudita.”