quarta-feira, 31 de julho de 2013

TROPAS DE ASSAD TOMAM A CIDADE DE HOMS

Uma das maiores cidades da Síria, Homs, foi praticamente tomada pelas tropas de Bashar Assad. Esta vitória do presidente sírio tem uma importância simbólica: os rebeldes consideram Homs a “capital da revolução”. O governo oficial afirma que a libertação da cidade dos opositores armados é um ponto de viragem na guerra civil que dura já há dois anos.

As tropas governamentais continuam a combater os rebeldes em várias regiões do país. A recuperação de Homs foi a sua mais recente vitória. Esta é a terceira maior cidade síria. Ela está agora praticamente toda sob o controle dos militares de Assad.
Dentro de dois-três dias, a cidade deverá ser totalmente “limpa” de rebeldes, informam as autoridades sírias, considerando esta conquista um momento de viragem com influência em toda a futura contraposição com os rebeldes.

Georgui Mirsky, especialista em questões do Oriente Médio, comenta a situação:
“Homs é de fato uma cidade importante. Durante dois anos, as tropas do governo não a conseguiram tomar. Estamos realmente perante um caso único! Durante dois anos, todo um Exército bem armado não conseguiu conquistar uma cidade que era defendida, segundo palavras de Bashar Assad, por um simples punhado de terroristas, bandidos e delinquentes!”

Na opinião de Mirsky, a vitória em Homs, tal como outras campanhas bem-sucedidas do Exército, tem a ver com a entrada do Hezbollah nos combates ao lado de Assad. A guerra na Síria adquire cada vez mais traços de guerra religiosa, ou seja, ela se está transformando num confronto entre sunitas e xiitas.

Por isso, o grupo libanês Hezbollah, constituída por xiitas, considerou como seu dever apoiar o seu irmão Bashar Assad. O resultado foi toda uma série de vitórias militares das tropas governamentais sírias, incluindo a tomada da cidade de Quneitra, conforme explica Evgueni Satanovsky, presidente do Instituto do Oriente Médio.

“As tropas governamentais estão vencendo, em primeiro lugar, devido ao fato de disporem de aviação e blindados. Em segundo lugar, por terem agora mais homens, à custa dos combatentes do Hezbollah, que as vieram ajudar. Trata-se de cerca de oito mil homens, que estão combatendo do lado de Assad. Acontece que, até agora, o Exército tratava exclusivamente de defender os edifícios do Estado, as bases aéreas e as infraestruturas aeronáuticas. Mas quando há um número suficiente de soldados para poder entrar em ofensiva, passa-se à ofensiva”.

Mesmo assim, é ainda prematuro dizer que a vitória das forças de Bashar Assad é um dado adquirido. Por enquanto, a oposição armada tem tido apenas a ajuda das monarquias do Golfo Pérsico. No entanto, os EUA poderão em breve passar a apoiá-la.
Existe apenas uma pequena dúvida. Os americanos receiam com razão que as armas que eles estão prontos a entregar aos rebeldes vão parar às mãos de extremistas islâmicos e não de opositores moderados. Acontece que quem domina atualmente a oposição síria são os radicais da Jabhat al-Nusra e não os representantes do Exército Livre Sírio. Chega-se até a uma situação em que alguns opositores de ontem de Assad acabam por depor as armas, considerando que é melhor o país ser governado por Assad do que por sanguinários de estruturas ligadas à Al-Qaeda.

Tudo isto pode obrigar os EUA a abandonar a ideia de fornecer mísseis portáteis à Síria. Para além disso, conforme sublinhou Evgueni Satanovsky, os americanos estão habituados a apoiar os vencedores e, se as tropas de Assad continuarem a combater com sucesso os rebeldes, os EUA não irão entrar numa guerra perdida à partida.

Fonte: Artiom Kobzev - Rádio Voz da Rússia


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