domingo, 31 de março de 2013

SÍRIA: NOVA MASACRE EM AL-BURJ, HOMS


Homs – Na noite de sábado, os terroristas cometeram um novo massacre na Síria. Eles invadiram o bairro de Al-Burj de Talkalaj, localizado na cidade de Homs, assassinando dez civis, em sua maioria mulheres e crianças, além de saquearem uma série de casas e lojas. O grupo terrorista conseguiu assaltar al-Burj e cometer este massacre antes da intervenção de uma unidade das Forças Armadas, que chegou ao local a pedido dos moradores e repeliu os grupos armados, matando a maioria dos terroristas. Um habitante local declarou que os terroristas invadiram as casas usando armas e cometendo atos de vandalismo, saque e assassinatos, deixando claro que matariam qualquer um que se recusasse a oferecer a eles ajuda e refúgio. Os moradores de al-Burj reiteraram seu repúdio aos crimes dos terroristas e aos ataques contra os cidadãos em toda a Síria, enfatizando sua dedicação em defender a pátria e seu apoio ao Exército Sírio que enfrenta os terroristas.

Fonte: Syria News, http://www.syrianews.cc/es/siria-nueva-masacre-burj-homs/

OPOSIÇÃO TURCA DENUNCIA QUE ANCARA AJUDA OS TERRORISTAS NA SÍRIA



O líder da oposição turca tem questionado as políticas do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan, em relação à crise que aflige a Síria, informou a Press TV neste sábado.

O dirigente do Partido Republicano do Povo (CHP, na sigla em turco), Kemal Kilichdaroglu, disse que os insurgentes, apoiados por estrangeiros, estavam sendo treinados em campos na Turquia, assegurando também que armas foram enviadas a partir do território turco aos terroristas na Síria.

Kilichdaroglu declarou que os principais países que se beneficiam da guerra na Síria são a França, os EUA e a Alemanha.

Estas declarações foram feitas enquanto o país árabe está em uma sangrenta guerra que começou há dois anos.

De um lado do conflito estão as forças do governo na Síria e do outro os terroristas apoiados por Catar, Arábia Saudita e pelo Ocidente.

O conflito, de acordo com as Nações Unidas, deixou mais de 70.000 mortos e mais de 1 milhão de refugiados.

De acordo com o principal partido de oposição da Turquia, se o governo de Ancara fechasse as fronteiras que facilitam o fluxo de armas para os insurgentes na Síria, a brutal guerra acabaria dentro de dez dias.

Desde meados de março de 2011, a Síria vive fortes perturbações e assassinatos indiscriminados, planejadas a partir do exterior, uma situação crítica que se agrava a cada dia por causa dos atos contínuos de violência realizados por terroristas, que buscam uma intervenção militar estrangeira .

msh/cl/nal 

Fonte: HispanTV, http://www.hispantv.ir/detail.aspx?id=219039

sábado, 30 de março de 2013

O CAVALEIRO DAS PALAVRAS ESTRANHAS




Adonis (Síria, 1930), pseudônimo de Ali Ahmad Said Isbir, é um dos renovadores da poesia árabe contemporânea. Poeta e professor, publicou os livros de ensaios Poética Árabe (1985) e A Palavra das Origens (1989), e os de poesia Cantos de Mihyâr, o Damasceno (1961), Homenagem às Escuras Coisas Claras (1988) e Índice das Ações do Vento (1998), entre outros. Em 2012, a Companhia das Letras lançou no Brasil a antologia Poemas de Adonis, com tradução de Michel Sleiman e apresentação de Milton Hatoum. 

A revista Zunái publicou o texto de Milton Hatoum na página http://www.revistazunai.com/ensaios/ensaio_de_milton_hatoum.pdf, e alguns poemas do autor sírio traduzidos por Michel Slaiman em http://www.revistazunai.com/traducoes/adonis.htm  

DIÁRIO DA GUERRA (I)





“A guerra é a continuação da política por outros meios” – Clausewitz

A Coalizão Nacional Síria, que representa as forças opositoras ao governo de Bashar Assad, assumiu uma cadeira na Liga Árabe e inaugurou sua “embaixada” no Catar, fatos que indicam a nova estratégia dos mercenários: obter reconhecimento como “governo paralelo” ou “governo no exílio”, o que facilitaria a exclusão do governo legítimo da Síria de organizações internacionais e a ampliação das sanções econômicas e do isolamento político. A constituição de um “governo no exílio” também permitiria, em tese, a imposição de uma zona de exclusão aérea no território sírio, ou mesmo a intervenção militar dos países ocidentais. Estratégia semelhante a esta foi adotada na Líbia, mas o cenário internacional é muito diferente: a Rússia já se manifestou contra a hipótese de que a cadeira da Síria na ONU seja ocupada pela coalizão, e mantém o seu veto no Conselho de Segurança contra qualquer agressão imperialista a Damasco. A China e o Irã acompanham a Rússia na defesa de uma saída negociada para o conflito. A reunião dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) em Durban também manifestou o respeito à “independência da Síria”, numa clara referência à ingerência da Turquia, da Liga Árabe e dos Estados Unidos no conflito, que já dura dois anos e resultou em cerca de 70 mil mortos, segundo a ONU. Enquanto a crise política permanece sem uma solução à vista, no campo militar os “rebeldes” anunciaram a captura de Dael, província localizada na fronteira com Israel, as Colinas de Golã e a Jordânia. Não há confirmação oficial dessa notícia. Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, nas últimas 24 horas morreram quinze rebeldes e um jornalista que estava entre eles nos combates em Dael, além de doze soldados e dez civis, incluindo uma criança. No norte do país, nove civis, entre eles duas crianças e quatro mulheres, morreram atingidos por um míssil que caiu na cidade de Hreitane, situada a noroeste da província de Aleppo, segundo o OSDH. Na cidade de Aleppo, os combates causaram a morte de 14 partidários do regime armados no bairro de maioria curda de Cheikh Makssoud. No mesmo setor, morteiros deixaram oito mortos, incluindo duas crianças e 60 feridos. Nas imediações de Damasco, novos combates aconteceram em vários bairros, principalmente em Qaboun e em Yarmouk. No total, cerca de 150 pessoas morreram na quinta-feira na Síria, incluindo 14 estudantes e uma criança mortos em um ataque com morteiros na Universidade de Damasco, segundo o OSDH.


TERRORISTAS DECAPITAM CLÉRIGO MUÇULMANO




Um clérigo muçulmano foi brutalmente decapitado no norte da cidade de Aleppo, na Síria, por terroristas apoiados do exterior, que são conhecidos por suas atrocidades.

Os terroristas informaram que decapitaram Sheikh Saif al-Din Hasan antes de arrastar seu corpo pelas ruas.

Também penduraram a cabeça do sheik sobre o minarete da mesquita onde ele costumava pregar.

A imprensa local culpou pelo terrível assassinato o grupo al-Qaeda, grupo vinculado com a Frente al-Nusra.

O sheik supostamente tinha pontos de vista anti-extremistas e se manifestou contra a atual guerra contra o governo sírio.

Saif al-Din é o mais recente clérigo muçulmano assassinado por grupos armados na Síria nos últimos meses.

No início deste mês, o proeminente estudioso muçulmano sheikh Mohammed Saeed al-Bouti Ramadan foi morto juntamente com outros 49 em uma mesquita em Damasco.

A Síria vem sofrendo distúrbios desde março de 2011. Muitas pessoas, inclusive um grande número de militares e pessoal de segurança, morreram devido à violência.

Várias organizações internacionais de direitos humanos acusaram os terroristas apoiados do exterior de cometer crimes de guerra.


sexta-feira, 29 de março de 2013

ATAQUE A FACULDADE DE ARQUITETURA PROVOCA MORTES E DEZENAS DE FERIDOS EM DAMASCO




Pelo menos 12 estudantes morreram e dezenas ficaram feridos nesta quinta-feira (28/03), após a explosão de várias bombas na Faculdade de Arquitetura em Damasco, informa a agência de notícias síria Sana. De acordo com a agência, dois projéteis atingiram a cafeteria do edifício, provocando grandes danos materiais. Nenhuma organização assumiu a autoria do ataque, que aconteceu dois dias após o "Exército Livre Sírio" lançar granadas de morteiros contra a capital do país, Damasco, matando três pessoas e ferindo dezenas. A Sana também informou que dois homens foram mortos por disparos de terroristas contra um microônibus que passava em frente a um complexo residencial da polícia na região de Yaidat Artuz, na periferia da capital. O grupo Observatório Sírio pelos Direitos Humanos, que mantém sede em Londres, confirmou o ataque e acrescentou que vários dos feridos estão em estado grave. Pelo menos 70 mil pessoas morreram nos dois anos de guerra civil na Síria de acordo com o mais recente boletim da ONU, informação baseada em relatórios dos grupos de oposição síria, sem verificação independente. Os grupos que lutam contra o governo legal da Síria entraram em confronto com forças do governo nas regiões Leste e Sul da capital.

(*) com agências de notícias internacionais

Fonte: Opera Mundi.

RÚSSIA DESCARTA ENTREGAR ASSENTO DA SÍRIA NA ONU À OPOSIÇÃO




O governo na Rússia rechaçou a possibilidade de destinar o assento da Síria na ONU à oposição do país, como foi feito na Liga Árabe.

“Os Estados da ONU valorizam a instituição e sabem que, se isso acontecer, a posição das Nações Unidas ficará realmente prejudicada”, afirmou o embaixador russo na entidade, Vitaly Churkin.

O diplomata ainda reiterou as críticas de seu país à Liga Árabe, que confirmou nesta semana a opositora CNFROS (Coalizão Nacional Síria) como representante oficial do país. Em reunião do bloco, também foi autorizado que seus membros enviem armamentos aos dissidentes do presidente Bashar al Assad.

“Essa decisão afeta os esforços do enviado de paz da ONU para essa crise, Lakhdar Brahimi”, argumentou Churkin.

Na quinta-feira (29/03), o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, chegou a questionar a permanência de Brahimi como mediador internacional para a Síria, devido à decisão da Liga Árabe. "Surgem grandes dúvidas sobre o mandato de Lakhdar Brahimi, que até a cúpula de Doha era o representante da Liga Árabe e a ONU para promover os contatos entre o governo e a oposição síria", disse Lavrov.

Para o chanceler, "a Liga Árabe renunciou ao processo de paz, e a decisão de que o CNFROS é o único representante legítimo do povo sírio apaga todos os esforços" pela paz.

Além disso, Lavrov pôs em dúvida a legalidade da decisão da organização pan-árabe, argumentando que para expulsar um dos países-membros seria necessário consenso, quando Argélia e Iraque se opuseram e o Líbano se absteve.

A Chancelaria russa considera que as decisões da Liga Árabe "são contraditórias e inconsistentes, já que o governo da Síria foi e é o representante oficial de um Estado membro da ONU".

Ao lado da China, a Rússia tem vetado no Conselho de Segurança da ONU a implementação de sanções mais duras contra Assad. 

Matéria publicada originalmente no site Opera Mundi.

quinta-feira, 28 de março de 2013

PRESIDENTE SÍRIO EXAMINA PLANO DE PAZ COM SEU MINISTÉRIO



O presidente da Síria, Bashar al-Assad, se reuniu nesta quarta-feira com a Comissão Ministerial, chefiada pelo premiê Wael al-Halaki, para examinar a aplicação do Programa Político que procura colocar um fim ao conflito que já perdura por mais de dois anos na nação árabe.

O presidente deu instruções aos membros do organismo para que redobrem os esforços e focalizem sua atenção nos quatro eixos principais para garantir o êxito de seu trabalho nos dias seguintes, segundo informou a emissora de TV estatal.

Em primeiro lugar, ordenou a elaboração de mecanismos que garantam uma relação mais estreita entre a Comissão e suas dependências nas províncias.

Exortou também a continuar as consultas com as distintas forças e representações políticas e sociais da nação, com a finalidade de escutar suas propostas e enriquecer as bases do diálogo nacional projetado.

Como terceiro ponto, o presidente insistiu em determinar os mecanismos estatais para enfrentar tal diálogo e garantir o que for essencial para sua concretização.

Por último, pediu à Comissão para que procure divulgar as experiências positivas demonstradas pelo processo de reconciliação nacional em algumas áreas do país.

Os membros da Comissão Ministerial destacaram a importância de tais encontros e o interesse de proporcionar um ambiente adequado para o lançamento do diálogo nacional integral e o cumprimento do Programa Político, lançado pelo próprio Al-Assad em janeiro passado, de acordo com a fonte.

A Comissão Ministerial, criada em 9 de janeiro, foi uma das primeiras ações do Executivo neste sentido.

A entidade, presidida por al-Halaki, é integrada, além dele, o vice-presidente para Questões Econômicas e os titulares das pastas de Transporte, Informação, Indústria, Justiça, Reconciliação Nacional, assim como os responsáveis do Crescente Vermelho Sírio e da Assembleia do Povo (Parlamento).

Na terça-feira (26) foi encerrada em Damasco a Conferência de Diálogo Nacional, na qual os representantes de um amplo leque de organizações políticas e sociais concordaram que as soluções políticas, sem condições prévias, são as únicas factíveis para colocar um fim à guerra.

O evento, que durou dois dias, foi finalizado com um comunicado que conclama todas as partes a deixar aberta a mesa de negociações e celebrar o quanto antes um evento similar, ao qual possam comparecer os atores políticos que se negaram a assistir o evento.

Fonte: Prensa Latina

(Matéria publicada originalmente no Portal Vermelho)

DROPES DA MÍDIA



O jornal O Estado de S. Paulo informa em sua edição de hoje que a reunião dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) ocorrida em Durban aprovou um documento condenando “a crescente violação dos direitos humanos” na Síria, em decorrência dos conflitos entre o governo e as forças mercenárias. O texto também exige o respeito “à independência da Síria”, numa referência aos países da Liga Árabe, que aprovaram o financiamento dos supostos “rebeldes” e a crescente ingerência dos Estados Unidos, Turquia e Israel. Os Brics pedem que “todas as partes” envolvidas no conflito permitam o acesso livre e seguro de agentes humanitários às regiões onde ocorrem combates. O jornal considera o documento aprovado em Durban uma vitória diplomática do presidente sírio Bashar Assad, que em pronunciamento na TV declarou que “(o fim da violência) exige uma clara determinação internacional para secar as fontes do terrorismo e parar seu financiamento e armamento”. A matéria publicada no jornal da família Mesquita informa ainda que a autodenominada “Coalizão Nacional Síria”, que reúne a oposição no exílio, inaugurou sua primeira “embaixada” – onde? No Catar, claro!  


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“O norueguês que chefiou a missão das Nações Unidas que deveria monitorar o cessar-fogo entre o regime de Bashar Assad e rebeldes disse ontem que ‘chegou a hora de debater a imposição de uma zona de exclusão aérea sobre a Síria’. Em entrevista à rede BBC, Robert Mood também afirmou que a comunidade internacional deve avaliar a possibilidade de usar sistemas antimíssil Patriot, que já estão na Turquia, para proteger regiões do norte da Síria sob ataque de foguetes de Assad.” (OESP, 28/03/2013) O que o jornal da família Mesquita não diz é que a aprovação de uma zona de exclusão aérea na Síria (tal como aconteceu na Líbia, precedendo os bombardeios maciços da OTAN) depende de aprovação no Conselho de Segurança da ONU, onde Rússia e China têm poder de veto.

quarta-feira, 27 de março de 2013

EM DEFESA DA PAZ E DA SOBERANIA DA SÍRIA




A República Árabe Síria é um país do Oriente Médio com 20 milhões de habitantes (estimativa de 2008), que faz fronteira com o Líbano e o Mar Vermelho a oeste, com a Jordânia ao sul, com o Iraque a leste, com a Turquia ao norte e com Israel no sudoeste. Sua capital, Damasco, é uma das cidades mais antigas do mundo. O estado é laico, e convivem no país diversas comunidades religiosas, como os cristãos, drusos, muçulmanos sunitas e xiitas. As mulheres sírias tem livre acesso à universidade, ao mercado de trabalho e à participação na vida política do país, em igualdade de condições com os homens, em contraste com o que acontece em países como o Catar e a Arábia Saudita, onde as mulheres são proibidas até de dirigir carros.

A Síria obteve a sua independência da França em 1946 e tornou-se um dos mais prósperos países árabes, com uma economia bastante diversificada, em que se destacam a agropecuária (25,9% do Produto Interno Bruto), a indústria (27,2%), o setor de serviços (46,0%) e o turismo. A Síria sempre apoiou o nacionalismo e o pan-arabismo, unindo-se ao Egito em 1958 para criar a República Árabe Unida (RAU) e participando de todas as campanhas militares contra a ocupação sionista promovida pelo Estado de Israel, perdendo o controle das colinas de Golan na Guerra dos Seis Dias, em 1967.

O país é governado desde 1963 pelo partido Baas, de orientação nacionalista e socialista, sendo o atual presidente Bashar Assad, que assumiu o seu primeiro mandato em 2000. Há diversos partidos políticos no país, como o Partido Comunista Sírio, o Partido da União Democrática Socialista, o Partido Sindicalista Socialista, o Partido Nacional Al-Ahd, entre outros, e em 2012 o Congresso votou uma nova Constituição para o país, que foi posteriormente submetida a referendo popular. No mesmo ano, foram realizadas eleições para os governos estaduais.

Em 2011, ocorreram protestos populares pacíficos contra medidas econômicas do governo, o que serviu de pretexto a grupos fundamentalistas islâmicos para iniciarem ações terroristas numa tentativa de desestabilizar o governo, tais como atentados a bomba em igrejas, mesquitas, supermercados e escritórios, assassinato de líderes religiosos, decapitação de soldados do exército sírio aprisionados e outras ações, insuflando uma guerra civil religiosa, com o objetivo de substituir o atual estado laico por um califado islâmico. Jihadistas de diversos países muçulmanos, como o Paquistão, o Marrocos e a Chechênia chegaram à Síria através da fronteira com a Turquia e formaram o chamado “Exército Livre Sírio”, que logo recebeu apoio financeiro, militar e logístico dos Estados Unidos e das monarquias do Golfo Pérsico, em especial o Catar e a Arábia Saudita.

Conforme matéria publicada no jornal O Estado de S. Paulo em 26 de março deste ano, foram realizados mais de 160 voos de carga militar para os “rebeldes” desde janeiro de 2012, incluindo armas de infantaria, artilharia e equipamentos de todo tipo. Ao mesmo tempo, os Estados Unidos e a Europa aprovaram severo embargo econômico contra o país árabe, numa tentativa de minar o apoio popular ao governo. A desmontagem de dezenas de fábricas sírias pelos “rebeldes”, transportadas em caminhões para a Turquia, é outra forma de sabotagem econômica. No campo político, a Liga Árabe, formada por países que em sua maioria são alinhados com os Estados Unidos, expulsaram a Síria da organização e aprovaram, em recente encontro de cúpula, o financiamento e a ajuda militar aos “rebeldes”, enquanto Israel, que já bombardeara um centro de pesquisas em território sírio, apelou para que a Liga Árabe invadisse a Síria, com a esperança de que a hipotética ação militar dos países do Golfo derrubasse o governo de Bashar Assad.

Uma ação militar estrangeira contra a Síria esbarra na oposição da Rússia, China, Irã e de países como o Brasil, a África do Sul e a Índia, que defendem uma solução pacífica negociada para o conflito. No final de 2012, Bashar Assad fez uma proposta de diálogo aos grupos de oposição dispostos a negociar. Ao mesmo tempo, surgem movimentos de solidariedade à Síria e contra as tentativas do sionismo e do imperialismo de destruir esse país árabe, como a recente passeata que aconteceu em São Paulo no dia 23 de março, que reuniu centenas de pessoas na Avenida Paulista, que foram manifestar o seu repúdio ao terrorismo dos grupos fundamentalistas e o seu apoio à paz e à soberania da Síria.


Por que o imperialismo quer destruir a Síria?

O imperialismo quer controlar a produção e distribuição de petróleo no Oriente Médio, as rotas marítimas, o comércio exterior e os pontos estratégicos na região, e para isso precisa eliminar os poucos governos soberanos e independentes que se opõem aos seus planos, como os do Líbano, do Irã e da Síria. Além disso, o enfraquecimento desses países ajuda Israel a manter a ocupação dos territórios palestinos. A Síria, única aliada árabe do Irã, sempre apoiou a causa palestina e também o Hezbollah, que resistiu à invasão sionista no Líbano.


Quantas pessoas morreram no conflito na Síria?

Não há dados confiáveis, mas os veículos de comunicação apontam entre 40 mil e 60 mil mortos desde o início do conflito, em 2011.


Quem é o “Exército Livre Sírio”?

O “Exército Livre Sírio” é formado por diversas organizações, sem uma estrutura unificada de comando, incluindo combatentes de diversos países muçulmanos (Paquistão, Arábia Saudita, Líbia, Marrocos, Chechênia etc.) que têm bases na Turquia.  Muitos são fundamentalistas islâmicos ligados à Fraternidade Muçulmana, à Al-Qaeda e outras organizações. Seu objetivo é derrubar o governo de Bashar Assad e implantar um califado islâmico.


Bashar Assad é um ditador sanguinário que mata a própria população?

A mídia ocidental, formada por grandes empresas de comunicação que têm interesses econômicos e políticos alinhados aos Estados Unidos, retratam a realidade síria de forma distorcida, para conquistar apoio da opinião pública contra o governo de Bashar Assad e tentar justificar uma possível agressão militar a esse país. A mídia não informa que os grupos “rebeldes” realizam ações terroristas contra a população civil. O exército sírio combate militarmente esses grupos para defender a segurança da população e a soberania nacional.


O conflito na Síria pode levar a um conflito regional?

A Rússia e a China, que participam do Conselho de Segurança da ONU, são contrários a qualquer agressão militar contra a Síria, e a Rússia, que mantém bases militares nesse país, enviou recentemente uma esquadra para a região. Uma intervenção da OTAN na Síria, tal como aconteceu na Líbia, parece pouco provável. A estratégia inicial do imperialismo era insuflar uma guerra civil religiosa que levasse à queda de Assad e à divisão do país, mas até o momento os “rebeldes” estão longe de atingirem esse objetivo. Uma hipotética agressão da Turquia ou de Israel à Síria não está descartada, mas a aliança entre a Síria, o Irã e o Hezbollah poderia levar a um conflito regional. Os esforços diplomáticos de Rússia, China e dos BRICS são essenciais para uma solução negociada do conflito.