“A guerra é a
continuação da política por outros meios” – Clausewitz
A Coalizão
Nacional Síria, que representa as forças opositoras ao governo de Bashar Assad,
assumiu uma cadeira na Liga Árabe e inaugurou sua “embaixada” no Catar, fatos
que indicam a nova estratégia dos mercenários: obter reconhecimento como
“governo paralelo” ou “governo no exílio”, o que facilitaria a exclusão do
governo legítimo da Síria de organizações internacionais e a ampliação das
sanções econômicas e do isolamento político. A constituição de um “governo no
exílio” também permitiria, em tese, a imposição de uma zona de exclusão aérea
no território sírio, ou mesmo a intervenção militar dos países ocidentais.
Estratégia semelhante a esta foi adotada na Líbia, mas o cenário internacional
é muito diferente: a Rússia já se manifestou contra a hipótese de que a cadeira
da Síria na ONU seja ocupada pela coalizão, e mantém o seu veto no Conselho de
Segurança contra qualquer agressão imperialista a Damasco. A China e o Irã
acompanham a Rússia na defesa de uma saída negociada para o conflito. A reunião
dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) em Durban também
manifestou o respeito à “independência da Síria”, numa clara referência à
ingerência da Turquia, da Liga Árabe e dos Estados Unidos no conflito, que já
dura dois anos e resultou em cerca de 70 mil mortos, segundo a ONU. Enquanto a
crise política permanece sem uma solução à vista, no campo militar os
“rebeldes” anunciaram a captura de Dael, província localizada na fronteira com
Israel, as Colinas de Golã e a Jordânia. Não há confirmação oficial dessa
notícia. Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, nas últimas 24 horas
morreram quinze rebeldes e um jornalista que estava entre eles nos combates em
Dael, além de doze soldados e dez civis, incluindo uma criança. No norte do
país, nove civis, entre eles duas crianças e quatro mulheres, morreram
atingidos por um míssil que caiu na cidade de Hreitane, situada a noroeste da
província de Aleppo, segundo o OSDH. Na cidade de Aleppo, os combates causaram
a morte de 14 partidários do regime armados no bairro de maioria curda de
Cheikh Makssoud. No mesmo setor, morteiros deixaram oito mortos, incluindo duas
crianças e 60 feridos. Nas imediações de Damasco, novos combates aconteceram em
vários bairros, principalmente em Qaboun e em Yarmouk. No total, cerca
de 150 pessoas morreram na quinta-feira na Síria, incluindo 14 estudantes e uma
criança mortos em um ataque com morteiros na Universidade de Damasco, segundo o
OSDH.
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