sexta-feira, 29 de março de 2013

RÚSSIA DESCARTA ENTREGAR ASSENTO DA SÍRIA NA ONU À OPOSIÇÃO




O governo na Rússia rechaçou a possibilidade de destinar o assento da Síria na ONU à oposição do país, como foi feito na Liga Árabe.

“Os Estados da ONU valorizam a instituição e sabem que, se isso acontecer, a posição das Nações Unidas ficará realmente prejudicada”, afirmou o embaixador russo na entidade, Vitaly Churkin.

O diplomata ainda reiterou as críticas de seu país à Liga Árabe, que confirmou nesta semana a opositora CNFROS (Coalizão Nacional Síria) como representante oficial do país. Em reunião do bloco, também foi autorizado que seus membros enviem armamentos aos dissidentes do presidente Bashar al Assad.

“Essa decisão afeta os esforços do enviado de paz da ONU para essa crise, Lakhdar Brahimi”, argumentou Churkin.

Na quinta-feira (29/03), o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, chegou a questionar a permanência de Brahimi como mediador internacional para a Síria, devido à decisão da Liga Árabe. "Surgem grandes dúvidas sobre o mandato de Lakhdar Brahimi, que até a cúpula de Doha era o representante da Liga Árabe e a ONU para promover os contatos entre o governo e a oposição síria", disse Lavrov.

Para o chanceler, "a Liga Árabe renunciou ao processo de paz, e a decisão de que o CNFROS é o único representante legítimo do povo sírio apaga todos os esforços" pela paz.

Além disso, Lavrov pôs em dúvida a legalidade da decisão da organização pan-árabe, argumentando que para expulsar um dos países-membros seria necessário consenso, quando Argélia e Iraque se opuseram e o Líbano se absteve.

A Chancelaria russa considera que as decisões da Liga Árabe "são contraditórias e inconsistentes, já que o governo da Síria foi e é o representante oficial de um Estado membro da ONU".

Ao lado da China, a Rússia tem vetado no Conselho de Segurança da ONU a implementação de sanções mais duras contra Assad. 

Matéria publicada originalmente no site Opera Mundi.

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