Líder do autointitulado Estado Islâmico
do Iraque diz que financiou células de combatentes
09 de abril de 2013 | 10h 14
Reuters
DUBAI - A Al-Qaeda iraquiana se
uniu a um grupo islâmico da Síria que luta contra o regime do presidente sírio,
Bashar Assad, tornando mais complicado o dilema para as nações que apoiam a
revolta síria, mas temem a ascensão da militância islâmica.
O líder do
autointitulado Estado Islâmico do Iraque, Abu Bakr al-Baghdadi, disse que seu
grupo financiou células de combatentes da Frente al-Nusra desde os primeiros
dias da rebelião síria, iniciada há dois anos.
Em nota divulgada em sites islâmicos e vista pela Reuters nesta terça-feira, 9, ele declarou que
os dois grupos passariam a operar conjuntamente sob o nome de Estado Islâmico
do Iraque e do Levante.
"Agora é hora de declarar diante do povo do Levante e do mundo que a Frente al-Nusra não é senão uma extensão do Estado Islâmico do Iraque, e parte dele", disse Baghdadi.
Muitos
governos ocidentais e árabes torcem pela derrubada de Assad, mas estão
alarmados com o crescente poderio dos jihadistas sunitas, cuja ideologia
ferozmente antixiita tem alimentado tensões sectárias no Oriente Médio.
A Frente
al-Nusra é considerada pelos EUA como uma organização terrorista. A declaração
de Baghdadi, inicialmente noticiada pelo serviço norte-americano de
monitoramento Site, não pôde ser imediatamente verificada.
Ele disse
que seu grupo mobilizou combatentes experientes e enviou verbas para células
locais da Frente al-Nusra, como forma de preparar o terreno para uma rebelião
armada - que surgiu a partir de protestos pacíficos contra Assad,
iniciados em março de 2011. O dirigente afirmou que o vínculo não havia sido
informado até agora por razões de segurança.
A Frente
al-Nusra não se manifestou sobre a fusão. Esse grupo se tornou conhecido no ano
passado, quando assumiu a autoria de vários atentados a bomba em Damasco e
Alepo, as duas principais cidades da Síria.
Desde então, o grupo ampliou suas operações para toda a
Síria, recrutando mais combatentes e assumindo um papel importante na captura
de territórios no norte, sul e leste do país. Especialistas há meses já diziam
que a Frente al-Nusra estava recebendo apoio de insurgentes ligados à Al-Qaeda
no vizinho Iraque.
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