sexta-feira, 26 de abril de 2013

Síria: agrava-se a situação



26/4/2013, MK Bhadrakumar, Indian Punchline  http://blogs.rediff.com/mkbhadrakumar/2013/04/26/a-turning-point-in-syria/

A questão síria sofreu mudança significativa, depois dos últimos pronunciamentos dos EUA, de que teriam sido usadas armas químicas nos confrontos. A declaração dramática feita pelo secretário de Defesa Chuck Hagel ontem, 5ª-feira, durante visita a Abu Dhabi,[1] e que desdiz o que ele próprio dissera no início da semana, somada à carta que a Casa Branca enviou ao senador John McCain,[2] podem ter mudado, da noite para o dia e para pior, o quadro na Síria.

Segundo o que disseram os norte-americanos, o regime sírio teria cruzado a ‘linha vermelha’ que, nas palavras do presidente Barack Obama, dispararia a intervenção ocidental. O senador McCain imediatamente exigiu que os EUA passem a fornecer armas aos rebeldes sírios.[3] Apesar de a carta da Casa Branca ainda repetir que é preciso esperar confirmações de fontes da inteligência dos EUA, não há dúvidas de que aumentam as pressões para que Obama “faça mais” na Síria.

Não há dúvidas de que é novidade e ponto de virada. Não se pode esquecer que essa virada na posição dos EUA acontece imediatamente depois da reunião de ministros de Relações Exteriores da OTAN em Bruxelas, na qual a Síria foi o principal item da agenda. O secretário de Estado John Kerry disse diretamente que a OTAN prepare-se para responder.[4] 

Significativamente, Israel[5] e Grã-Bretanha[6] também acusaram o regime sírio de ter usado armas químicas. A declaração de Israel coincidiu com a visita de Hagel a Telavive. Tudo isso sugere um alto grau de coordenação entre EUA, Grã-Bretanha e Israel, que explica essas declarações simultâneas.

Rússia e China serão pressionadas para que desistam e permitam que a ONU inicie processo de investigação. O secretário-geral Ban Ki-Moon já disse que a ONU prepara-se para acusar a Síria por uso de armas de destruição em massa,[7]o que, é claro, pode ser o primeiro passo rumo a uma arriscada intervenção na Síria – que muito provavelmente terá consequências tão daninhas e perigosas quanto a intervenção no Iraque.


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