segunda-feira, 1 de abril de 2013

Irã pode ter papel importante de equilíbrio na questão síria


O governo egípcio considera útil a participação do Irã nas conversações para encontrar uma saída pacífica ao conflito que há mais de dois anos devasta a Síria, de acordo com declarações de fontes oficiais nesta segunda-feira (1º/4). 


“É necessário cooperar com o Irã (...) para que participe na consecução de uma solução diplomática ao conflito sírio”, afirmou o chanceler egípcio Mohamed Kamel Amr, depois de se reunir com o vice-chanceler iraniano para Assuntos da África e Oriente Médio, Hossein Amir-Abdollahian.

O diplomata persa chegou ao Cairo neste sábado (30) para a reunião com o mediador da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi, de acordo com um anúncio de fontes oficiais de seu país, que se abstiveram de mencionar o contato com oficiais egípcios.

Kamel Amr disse ao seu interlocutor que "os choques armados diários na Síria conduzirão a uma deterioração aguda da situação" no Oriente Médio e por isso "é do interesse de todos os países da área pôr fim à tragédia síria o quanto antes".

Durante sua estância em Teerã em setembro passado na Cimeira do Movimento de Países Não-Alinhados, o presidente egípcio, Mohamed Mursi, propôs a formação de um comitê integrado por seu país, Turquia, Arábia Saudita e a República Islâmica do Irã, encarregado de negociar uma solução à crise na Síria.

Entretanto, a Arábia Saudita, por exemplo, no âmbito da Liga Árabe, tem demonstrado uma postura contrária à de diálogo, uma vez que mantém acusações contra o presidente sírio Bashar Al-Assad e o apoio a medidas de exclusão contra o governo legítimo, como a suspensão da Liga desde 2011 e a entrega irregular do assento oficial ao grupo de oposição armada. 

A Turquia, por sua vez, mantém o apoio financeiro e bélico (assim como a Arábia Saudita, o Catar, e potências ocidentais) aos grupos armados formados por mercenários no interior da Síria. Por isso, o Irã, um dos principais aliados do governo sírio e da proposta de diálogo político nacional e interno, pode ser considerado um contrapeso importante para a questão.

No começo de fevereiro passado, o presidente persa Mahmoud Ahmadinejad assistiu à Cimeira da Organização para a Cooperação Islâmica no Cairo e reiterou a disposição de seu país a contribuir para encontrar uma saída à guerra que preserve a soberania e a integridade da Síria.

Com Prensa Latina

Artigo publicado originalmente no Portal Vermelho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário