Os
aviões de combate israelenses lançaram ataques contra a Faixa de Gaza nesta
terça-feira (2) à noite. “Os aviões da ocupação [israelense] bombardearam um
campo aberto no norte de Gaza. Não há feridos”, informou um comunicado do
Ministério do Interior do Hamas (partido de resistência islâmica que governa a
Faixa).
As autoridades militares do
regime de Tel-Aviv confirmaram o ataque, mas sem oferecer detalhes a respeito.
Trata-se do primeiro ataque aéreo contra Gaza desde o final de novembro
passado, quando entrou em vigor o cessar-fogo entre Israel e o Hamas, que pôs
fim às ofensivas israelenses que duraram oito dias e mataram mais de 160
palestinos.
A organização de direitos humanos Human Rights Watch (HRW) condenou o regime de Israel por violar as leis internacionais mais uma vez durante a ofensiva. Desde 2007, o regime mantém um duro bloqueio contra Gaza.
A organização de direitos humanos Human Rights Watch (HRW) condenou o regime de Israel por violar as leis internacionais mais uma vez durante a ofensiva. Desde 2007, o regime mantém um duro bloqueio contra Gaza.
Em resposta à ofensiva, brigadas de Gaza lançaram dois foguetes Qassam, que caíram perto de Sderot, no sul de Israel. Ninguém ficou ferido.
O coordenador especial da ONU para o Processo de Paz no Oriente Médio Robert Serry expressou preocupação nesta quarta-feira (3) pela escalada da tensão na região, principalmente após a morte de Maysara Abu Hamdiya, palestino detido pelas forças israelenses e que sofria de câncer. Há indícios de que houve “deliberada negligência médica”, segundo autoridades palestinas.
Serry disse, em uma declaração, que está “preocupado pela situação volátil na região, como exemplificado pela retomada de ataques de Gaza contra Israel ontem e nesta manhã, e a tensão contínua sobre os assuntos não resolvidos dos prisioneiros”.
Disse também se “de suma importância abster-se de [atitudes de] violência nesta atmosfera tensa e que as partes trabalhem construtivamente para abordar as questões não resolvidas”.
Tensões regionais
O oficial da ONU avisou que “a retomada das
violações do cessar-fogo arriscam prejudicar o ‘entendimento’ alcançado entre
Israel e Gaza no dia 21 de novembro, e prejudicar a gradual mas tangível
melhoria alcançada desde então no abrandamento do encerramento e da situação securitária
em Gaza e no sul de Israel”.
O jornal israelense Ha’aretz também noticiou o
lançamento de mísseis desde Gaza ao sul de Israel, situando-o “horas depois de
a Força Aérea Israelense [ter] lançado seu primeiro ataque aéreo contra o
território costeiro desde a declaração de trégua com o Hamas, para finalizar a
Operação Pilar de Defesa, novembro passado”.
Segundo a notícia, publicada nesta quarta-feira (3) pela manhã, os aviões israelenses atacaram alvos perto de duas cidades ao norte de Gaza “em resposta a três morteiros lançados contra o [deserto] de Negev, nesta terça”.
O ministro de Defesa Moshe Ya'alon disse nesta
quarta que “Israel não vai tolerar qualquer ataque contra o seu território”,
como de costume o regime israelense começa a justificação da escalada de
violência que promove contra a Faixa de Gaza.
Embora o Hamas não tenha assumido a autoria dos
ataques e apesar do fato de haver diversos grupos armados dentro da Faixa de
Gaza, o ministro israelense disse que o responsabilizará “por tudo o que for
disparado desde a Faixa de Gaza contra Israel”.
Durante a visita do presidente dos EUA Barack Obama
a Israel, quatro foguetes foram lançados desde Gaza, sem causar danos. Israel
respondeu fechando as passagens e reduzindo o limite de pesca aos palestinos de
seis para três milhas náuticas (o estabelecido, através dos Acordos de Oslo, da
década de 1990, é de 20 milhas).
Mísseis também foram disparados desde a Síria até as
Colinas de Golã, onde estavam soldados israelenses. Golã, território sírio, é
ocupado ilegalmente por Israel desde a década de 1960, e tem sido usado pelas
forças rebeldes como base contra o governo do presidente sírio Bashar Al-Assad.
As forças israelenses dispararam morteiros contra o território sírio.
Pouco antes do evento, o ministro israelense Ya’alon
havia visitado a área na companhia do chefe das Forças de Defesa de Israel
(FDI) e do Comando do Norte Yair Golan. Ya'alon declarou, durante a visita, que
ainda que Israel não intervenha na crise síria, “responderá a qualquer violação
dos seus interesses securitários”.
Na semana passada, entretanto, as forças israelenses
lançaram dois mísseis contra o território sírio, ferindo dois soldados,
alegadamente em “retaliação” por foguetes sírios lançados aos Golãs sírios
ocupados.
Artigo
publicado originalmente no Portal Vermelho
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